Vez por outra, dá-me para reflectir sobre estas coisas em que afinal todos pensamos, mas faço-o com total independência de dogmas ou outras fixações, religiosas, ou de outra natureza.
Dualismo mente/corpo e alma na compreensão da consciência
Já na Grécia Antiga se discutia sobre o sentido da “psyche”, ou alma. Havia quem considerasse o corpo como a sede da alma (os unionistas), e os que, como Platão, pregavam a existência de uma essência não corpórea que se expressava através do corpo (os dualistas). Tratava-se já então da evolução da ideia de “consciência” e sua relação com o corpo.
Todavia, a dualidade mente/corpo e alma foi a corrente predominante no pensamento filosófico até meados do século XIX, quando o “iluminismo científico” passou a impor-se nos meios académicos.
Dizia-se à época que a crença numa entidade extra-corpórea, denominada “essência da consciência”,
ou alma, ganhava relevância diante de fenómenos ainda não explicados pela neurociência ou que pareciam desafiar os seus fundamentos, como a percepção extra-sensorial ou a interacção mente-matéria, abordados pela parapsicologia.
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O que se passa a este respeito nos nossos dias?
Hoje, há quem defenda que o que pode ligar a alma ao espírito é a consciência e que só entenderemos
o nosso espírito quando formos capazes de o intuir conscientemente, porque só assim o espírito poderá, ele próprio, ter a consciência da existência da alma, tal como a alma já tem a consciência do corpo que habita.
Mas a verdade é que ainda é escassa a consciência que temos do nosso próprio corpo e das potencialidades plenas da nossa mente, assim como do completo entendimento dos nossos sentimentos, sensações, e até dos pensamentos que nos dominam. E, assim sendo, como podemos sequer imaginar ser-nos possível ter consciência da alma enquanto “centelha divina” que em nós existe?
– Uma coisa parece ser certa: se a nossa mente conscientemente o aceitar, certamente irá tranquilizar o espírito nas suas naturais inquietações, com a esperança de que um dia a alma partirá ao encontro da luz.
De tudo o que aqui ficou dito, considero ser de inferir e aceitar, com humildade, as nossas próprias limitações, e, portanto, não proclamemos as nossas verdades como absolutas, porque, como acabamos de constatar, tudo isto é muito relativo. E é-o, porque nem as religiões, com os seus dogmas, nem a filosofia, com a sua racionalidade, nem a ciência, com as suas investigações, não conseguem ir mais além provando o que não está ao nosso alcance.
Sintra, Portugal
19.Jan.2022
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PS – Quem estiver interessado em aprofundar mais estas matérias pode sempre consultar o que mais se diz a este respeito, sugiro que consulte este link:
1 comentário
BOA NOITE EUGÉNIO! Meu amigo os desígnios de Deus são vedados à compreensão dos homens! A nossa mente humana não tem o alcance suficiente para compreender o que fica além, e acima da matéria, 90% dos nossos pensamentos não são nossos, estão na mente Universal! Um abraço!
BOA NOITE
14/04/2023