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Coura: projecto inovador no apoio à pessoa com deficiência

Crianças ao computador

Via Azul – Prioridade à Pessoa com Deficiência é o mais recente projecto de um grupo de alunos e professores da EPRAMI – Escola Profissional do Alto Minho Interior, em Paredes de Coura. Numa altura em que a escola assinala 23 anos de vida, este é apenas mais um exemplo do dinamismo e da visão de futuro que este estabelecimento de ensino continua a apresentar.

A ideia parece simples e, como referem os seus promotores, trata-se de um projecto que resolve um problema concreto: a ocupação indevida dos lugares de estacionamento reservados a cidadãos portadores de deficiência. Resta agora saber se os quatro alunos do 2º ano do Curso Técnico de Electrónica, Automação e Comando que fazem parte da equipa promotora, vão estar à altura de colocar em prática uma ideia que, mais do que um projecto académico, tem todo o potencial para se transformar numa iniciativa funcional.

A apoiar, e supervisionar, os quatro alunos estão os professores Jorge Braga e Albino Agra, responsáveis pelas áreas técnicas do referido curso, e que, além da vertente prática do projecto Via Azul, salientam também a sua relevância pedagógica, nomeadamente a sensibilização da importância do respeito pelos portadores de deficiência. Ao mesmo tempo valorizam igualmente a transdisciplinaridade do projecto, já que além das disciplinas da área técnica, como a electrónica e a tecnologia aplicadas, terão ainda oportunidade de enveredar por outras áreas do conhecimento. O projecto, denominado Via Azul – Prioridade à Pessoa com Deficiência, foi um dos seleccionados para participar no conceituado Prémio Ciência na Escola, da Fundação Ilídio Pinho, que vai já na sua décima terceira edição e cujo prémio final, para o primeiro classificado, resulta num apoio de 20 mil euros.

A ideia é criar um sistema de sinalização automático para a presença de um veículo autorizado num lugar de estacionamento reservados a deficientes. Ou seja, ajudar a acabar com os abusos que muitas vezes acontecem, em que os lugares reservados são ocupados por viaturas que não são utilizadas por cidadãos portadores de deficiência. O sistema a que se propõe o grupo da EPRAMI visa o desenvolvimento de um dístico electrónico para colocar nas viaturas que substituiria o habitual dístico autocolante. Ao mesmo tempo também os sinais verticais que indicam os espaços reservados para o estacionamento seriam substituídos por sinais “inteligentes”. O dístico nos automóveis funcionará como emissor e o sinal “inteligente” como receptor, identificando que se trata de uma viatura efectivamente utilizada por cidadão portador de deficiência. Deste modo, sempre que uma viatura sem o referido dístico electrónico estacionasse num lugar reservado a cidadãos portadores de deficiência, o sinal emitiria um alarme, que alertava o condutor para a necessidade de remover dali a viatura estacionada indevidamente. O tamanho reduzido do dístico emissor e o facto de funcionar ligado ao isqueiro do automóvel possibilitará ainda a sua portabilidade e utilização em mais que uma viatura.

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Um projecto que, na opinião dos promotores, tem um elevado potencial de execução, criado, nomeadamente, pelo facto de existir a séria possibilidade de ser aplicado em contexto real. Para isso contribui também a parceria existente com a Câmara Municipal de Paredes de Coura, entidade responsável pela ordenação do trânsito no concelho, o que irá permitir a realização de um teste do sistema Via Azul na via pública, recorrendo a um protótipo funcional, bem como a posterior sensibilização dos munícipes para a importância dos respeito por uma questão tão quotidiana como a utilização indevida dos lugares de estacionamento reservados a cidadãos portadores de deficiência.

 

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23 Anos a contribuir para o desenvolvimento

 

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O projecto Via Azul – Prioridade à Pessoa com Deficiência é apenas mais um dos muitos que têm norteado a existência da EPRAMI – Escola Profissional do Alto Minho Interior. Ainda no ano passado um outro projecto – CrowdTech – que consistia num sistema automatizado para o embalamento de compotas, foi desenvolvido pelos 18 finalistas do curso de Técnico de Mecatrónica e também ele concorreu ao prémio da Fundação Ilídio Pinho.

A aposta neste tipo de iniciativas é, aliás, uma das várias vertentes da escola que o seu director, Manuel Miranda, realça. A comemorar 23 anos de existência, a EPRAMI “tem tido um papel relevante na certificação de milhares de jovens da região”, refere, explicando que foi para isso que a escola nasceu, “quando não havia na região nenhuma oferta de formação profissional”. Uma oferta a que se juntou, mais tarde, a educação de adultos, que teve o seu momento de maior pujança com a iniciativa Novas Oportunidades. “Também aqui a EPRAMI foi pioneira”, realça o seu director.

Para Manuel Miranda não há dúvidas que a EPRAMI, “pelo volume de formação no território, tem contribuído para o desenvolvimento económico e social da região”. Uma certeza que complementa com o facto de ter estado na origem do desenvolvimento de aptidões por parte dos seus muitos alunos, mas também por ter contribuído “para fixar os jovens nesta região, dando uso aos seus cursos”.

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E no futuro o objectivo é continuar essa dinâmica de desenvolvimento. Isto não obstante as dificuldades sentidas, relacionadas sobretudo com a falta de alunos. “Qualquer instituição ligada à formação, seja privada ou pública ou mesmo no ensino superior, está a sentir a diminuição demográfica do país no seu todo”, explica o director da EPRAMI, reforçando que o futuro passa por manter a maior oferta possível “dentro daquilo que se sentem ser as necessidades do tecido empresarial da região”. Uma aposta que passará, certamente pela electrónica, mecânica, manutenção industrial ou electricidade, áreas em que a EPRAMI tem conseguido dar cartas e que, explica Manuel Miranda, “são transversais à actividade empresarial”.

A EPRAMI, com pólos em Paredes de Coura, Monção e Melgaço, é propriedade das câmaras municipais destes três municípios e ainda do ICNB/Parque Nacional da Peneda-Gerês. Conta actualmente com cerca de 400 alunos, um número que reflecte já a diminuição do número de turnas verificada nos últimos anos e que se sentiu principalmente em Melgaço, onde actualmente a actividade da escola está mais orientada para a educação de adultos.

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