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Dj Pedro Pagodes arrasta gerações às pistas de dança

Dj Pedro Pagodes

Dj Pedro Pagodes. Um nome que atravessa gerações e que continua a “dar música” nas pistas dança de várias discotecas do Minho. Dj, apresentador de eventos e animador de casamentos, Pedro Jorge Ferreira Fernandes, de 44 anos, natural de Luanda, em Angola, e residente em Valença, assume que com «empenho e dedicação arranja tempo para tudo».

Admite que ter as pistas das discotecas cheias de gente é algo que o deixa repleto de orgulho e com sentimento de dever cumprido. O dj conta ao Minho Digital que já tem a agenda praticamente preenchida para este Verão e revela de que forma iniciou a sua carreira num mundo sem qualquer tipo de formação.

Minho Digital (MD) – O Minho Digital sabe que o Pedro começou a trabalhar no mundo da noite como apanha copos em 1985. Mais tarde veio a ser barman. Como é que destas funções passou a ser dj?

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Pedro Pagodes (PP) –  O bichinho da música começou no facto de ter um irmão mais velho que foi dj de uma das discotecas mais badaladas do país, a Kiss, em Albufeira. Desde que o pude acompanhar em algumas atuações, o desejo e o sonho começou. Comecei por um patamar mais baixo, sim fui apanha copos, depois passei para barman mas sempre com o objetivo na minha mente de ser dj. Enquanto trabalhava como barman, fazia umas escapadelas à cabine para ver como eaquilo funcionava e como é que os djs faziam.

MD – Na sua página oficial de facebook, o Pedro explica que começou por dividir cabine com outros djs. O Pedro no início pedia dicas e ajuda a esses djs mais experientes?

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

PP – Foi graças a outros djs que me iniciei nesta carreira. Primeiro comecei por pedir conselhos, depois uns minutos de prática, até ao dia em que devido à doença de um dj residente, me disseram que estava na hora de retribuir o tempo em que fugia do bar e ia para a cabine ver os outros a trabalhar!

MD – Como é que apostou na sua formação? Foi autodidata ou realizou formações na área?

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PP – Não tenho formação nenhuma. Tudo o que sei foi de ver os outros, a pedir conselhos, a praticar sozinho em casa. A paixão pela rádio e o facto de começar a trabalhar muito cedo, também ajudou muito.

MD – Conte-nos como era, há 30 anos, atrás pôr música numa discoteca. Que materiais tinha de levar consigo?

PP –  Quando comecei era bem diferente e em vários aspetos. A música era da responsabilidade da casa. Uma vez por semana, ia às lojas especializadas e perdia horas a ouvir as novidades e a escolher aquelas músicas que mais se adaptavam à casa e ao ambiente da mesma. Havia sempre o cuidado de escolher com cautela pois as gerências teimavam em pedir contenção nos gastos. Na época, o residente tocava sozinho e raramente havia convidados, sendo muito maior a responsabilidade do mesmo pelo sucesso ou não do espaço.

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MD – Hoje em dia, isso mudou um pouco, certo? Prefere o mundo dos djs de hoje em dia, mais multimédia, ou dos anos atrás, com os cds todos?

PP – Claramente prefiro o antigamente! Antes eramos “obrigados” a ser craques no assunto. Ser dj obrigava a dominar a arte, a estar bastante concentrado e sobretudo a saber “ler” a pista. E havia o facto de trabalhar com Vinil que era a verdadeira satisfação e quem era considerado bom, era por fruto da sua dedicação, técnica e profissionalismo e não pela imagem (que eu nunca tive!), voz ou favores.

MD – O nome Pedro Pagodes atravessa gerações. O que faz para se manter atualizado?

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PP – Para estar atualizado tenho de estar sempre atento às novidades, ouvir as novas tendências, ver e ouvir os canais próprios, saber lidar com o variado público que temos e saber aceitar críticas e alguns pedidos, pois tudo isso contribui para o sucesso de um dj.

MD – Neste momento o Pedro é dj residente na discoteca Eleven, em Monção. Além deste projeto, participa na animação de casamentos e faz apresentações de eventos. Como consegue gerir todo este trabalho?

PP – Sobretudo com profissionalismo, humildade e dedicação. Faço questão de cumprir com as minhas obrigações sem nunca prejudicar ninguém. Muitas vezes aparecem trabalhos bastante apelativos mas se não tenho hipótese de os fazer devido aos compromissos já assumidos, não os faço. No Verão, Páscoa e Natal torna-se complicado responder a tantas solicitações mas com organização e dedicação, tudo se consegue.

MD – Está nomeado para o Música Awards a acontecer no próximo dia 27 de Maio em Viana do Castelo. Como se sentiu quando soube desta nomeação?

PP – Para mim a nomeação foi uma surpresa. Quando vi que estava entre os nomeados fiquei obviamente contente mas seja com nomeação ou sem ela, com prémio ou sem ele, serei sempre o mesmo. Acho um evento bastante interessante, que visa mostrar mais um pouco da noite, apesar de não concordar com alguns critérios. As votações para o evento já estão abertas podendo toda a gente participar através do facebook e votar a cada 24 horas.

MD – Tem uma agenda preenchida para este Verão?

PP – Felizmente tenho. Para mim o Verão é a época do trabalho árduo, do “abandonar” a família e claro, a de ganhar um pouco mais do que no resto do ano. Neste momento já tenho muito poucos dias disponíveis.

MD – A mítica expressão “Olha a cabine às escuras” está associada a si. Consegue explicar porquê?

PP – Essa expressão surgiu na década de 90 quando era residente da Discoteca Pagode, em Monção. A discoteca tinha um bar grande mas a cabine era do lado oposto ao mesmo o que inviabilizava muitas vezes a minha ida ao bar para buscar algo de beber. Por isso combinei esse código com os barmans e com os apanha copo. Sempre que dissesse isso, significava que tinha sede e queria beber! E como bebia sempre o mesmo, era bem mais fácil. E assim foi sendo ao longo de todos estes anos.

MD – O Pedro passou por várias discotecas da zona norte bem conhecidas de todos, tais como Bee Bop, Pagode, etc. Mas o seu percurso não se esgota no Norte, não é assim? Porque zonas do país já andou a passar a sua música?

PP – Já andei pelo Algarve, Leiria, Porto, Lisboa, Braga, Espanha, França e em Junho estarei na Suíça. Trabalhei também com uma das maiores empresas de eventos do país naquela altura, a FlyDancers de Lisboa.

MD – Quando está a criar as suas compilações, o Pedro pensa nalgum público em específico a quem se dirigir?

PP – Nunca levo nada preparado de casa. Tudo o que passo é decidido na hora. Nunca sabemos as pessoas e o ambiente que vamos encontrar por isso sempre preferi decidir na hora do que levar algo preparado. Imagine, preparo um set a pensar num público e quando chego à discoteca ou bar, o ambiente é completamente diferente do que esperava e corre mal. Sempre decidi na hora e até agora tem corrido bem.

MD – Gostava que o seu trabalho chegasse até onde?

PP – Sou feliz com o que fiz até agora. Sinceramente, neste momento estou a dedicar-me à produção e espero em breve lançar novidades. De resto, se continuar assim, fico feliz.

MD – Qual é o seu maior sonho enquanto dj?

PP – O meu maior sonho? Continuar a disfrutar deste trabalho, tentar agradar às pessoas e ter pistas cheias como tenho agora. De resto, tentar lançar um hit e ser feliz!

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