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Entrevista com a escritora Natália Medeiros de Santana

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Shirley Cavalcante

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Jornalista / Editora de Lusofonia

 

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Natália Medeiros de Santana, é formada em letras em inglês e português pela USP.

Membro da União Brasileira dos Escritores. Selecionada pelo prêmio “Educação: importante ou prioritária?” organizado pela UNESCO e pela Folha Dirigida. Galardoada no Pre?mio de Incentivo a? Publicac?a?o Litera?ria, Antologia 200 Anos de Independe?ncia – 3ª Edic?a?o. 2º lugar no 5º Prêmio UFES de Literatura na categoria poesia (2023). 2º lugar no 20º Prêmio Literário Paulo Setúbal na categoria poesia. 2º lugar no Concurso de Sonetos da Academia Volta-Redondense de Letras. Finalista do Prêmio Off Flip de Literatura 2021. Selecionada para a Antologia do 3º Concurso “Literatura de Circunstâncias” da Editora da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Selecionada nas Antologias Luso Brasileira da Poesia Livre “Liberdade” da Chiado Editorial e #NemUmaAMenos da Editora Versejar. Menção honrosa no 19º Prêmio Literário Paulo Setúbal pela “Crônica do Fim do Mundo – Uma elegia à liberdade.” Assistiu a cursos de roteiro e produção televisiva no Senac, à oficinas de direção, produção e roteiro de cinema de Newton Cannito e Tizuka Yamasaki.

 

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“Essa obra tem a missão de alcançar um grande número de leitores para que eles possam usá-la como um instrumento de poder na sociedade, tendo consciência de seu papel e das mazelas de nosso povo. Porque a leitura é nossa melhor ferramenta para transformar o mundo através do conhecimento.”

 

Boa leitura!

 

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Escritora Natália Medeiros de Santana, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, o que a inspirou a escrever textos sobre o racismo?

Natália Santana – Essa é uma luta herdada da minha falecida avó, a quem faço questão de homenagear usando o seu nome como pseudônimo. Nordestina e casada com um homem descendente de pretos e indígenas, ela soube, já na década de 1960, vencer os preconceitos quando chegou à capital de São Paulo.

 Como surgiu “Poemas para desconstruir um racista”, o que veio primeiro o título ou os textos?

Natália Santana – O que nasceu primeiro foi o poema “Meu Menino” quando senti a dor das mães pretas que perdem seus filhos e não são devidamente amparadas pela sociedade. A partir daí percebi o quanto a poesia precisava falar sobre os problemas raciais enfrentados nesse país.

Em que momento se sentiu preparada para publicar o livro?

Natália Santana – Desde que terminei de escrever os poemas tive a necessidade de publicá-los. O livro todo é uma homenagem à minha avó, Djanira Ribeiro, migrante nordestina, que sempre teve o sonho de publicar um livro, mas infelizmente faleceu sem o conseguir. Esse livro é a realização não só do sonho de minha avó, mas de todas as mulheres nordestinas que lutam diariamente para manter a família, abrindo mão de suas próprias vidas.

Apresente-nos a obra.

Natália Santana – Mais do que falar sobre racismo, essa coletânea de poemas faz o leitor sentir “na pele” a dor causada pelo preconceito. Porque, de acordo com as palavras da escritora Conceição Evaristo, “A gente só aprende realmente aquilo que a gente sente”. Assim, sentir a dor do outro através da poesia pode ser a melhor forma para se desconstruir um racista.

Apresente-nos um dos textos publicados.

 

            Meu menino

E como se eu tivesse olhos

Fincados em um futuro do pretérito

Eu veria tuas mãos suaves

Deslizando sobre as cordas do violão – ai que dó!

Ainda, na íris refletida

O que seria dessa tua vida

Os pés tortos, sobre a grama torta

Sob a clave branca, a arquibancada eufórica

Talvez, quem sabe

Fosses doutor, meu filho

Não tivesses sido mais um desaparecido

Dentre tantos desaparecidos

Por entre as ruas da favela

Pelas esquinas cegas

Da pobreza negra

Pena, meu Deus, que não és europeu

Que não tens os olhinhos cor de céu

Que os teus, azeviches, não comovem

Os que movem essa engrenagem fétida

Pena, meu menino, tua pele escura

Transforma teu nome em estatística

Eu, mãe preta sobre o morro morto

Subo a saudade desse teu sorriso só

Só como todas as mães pretas

Teu nome tatuado nesse gosto amargo

De quem se sabe incapaz

No jornal eles se desesperam

Pela criança morta dez anos atrás

Na sombra única de suas incongruências

Longe, muito longe de nossa vida, enfim…

Por aqui muitas pretas Madeleines

Somem vãs no vão de nossos tempos baldios

… mas nós não somos os nós de suas gargantas

E a clara mocidade canta mais um carnaval

Morrem Miguéis, e Agathas, e Lucas, e Alexandres, e Fernandos…

Enquanto, nas modernas senzalas, ainda vão nos escravizando

Os mesmos senhores

De mesmo engenho

Com o mesmo empenho

Por aqui, nada de novo, meu filho

Seguimos o mesmo trilho

o mesmo

trilho

o mesmo

trilho…

  

Comente sobre o momento de criação do texto, mensagem que deseja transmitir…

Natália Santana – A poesia tem o poder de traduzir em palavras os sentimentos de um povo, esses versos surgiram da vontade de abrir os olhos de nossa sociedade sobre a dor das mães pobres e pretas que perdem seus filhos e se sentem desamparadas.

 Qual o propósito desta obra literária?

Natália Santana – Essa obra tem a missão de alcançar um grande número de leitores para que eles possam usá-la como um instrumento de poder na sociedade, tendo consciência de seu papel e das mazelas de nosso povo. Porque a leitura é nossa melhor ferramenta para transformar o mundo através do conhecimento.

 Onde podemos comprar o seu livro?

Natália Santana – Ele está disponível no site da Amazon, https://www.amazon.com.br/Poemas-para-desconstruir-um-racista-ebook/dp/B0BKH9TGHM

Além de “Poemas para desconstruir um racista” você tem outros livros publicados, apresente-nos títulos e segmentos.

Natália Santana – Publiquei mais de sete livros, entre eles:

As 9 Leis para o sucesso: A física da felicidade e da prosperidade: https://www.amazon.com.br/dp/B08X4W8HL1

Practical Guide to Understand Men: Key strategies to increase your relationship : https://www.amazon.com/dp/B08P62J3Q4

Guia Prático para Entender os Homens : Estratégias-chave para melhorar seu relacionamento : https://www.amazon.com.br/dp/B08NZ2XD1R

Alóctone: https://clubedeautores.com.br/livro/aloctone  2009

Kokaine – A Irmandade Secreta: https://clubedeautores.com.br/livro/cocaina-a-irmandade-secreta

O Prenúncio do Camaleão: https://clubedeautores.com.br/livro/o-prenuncio-do-camaleao

Quais os seus próximos projetos literários?

Natália Santana – Pretendo trabalhar as questões pertinentes aos povos originários e à América Latina, enfatizando a necessidade de preservação ambiental.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Natália Medeiros de Santana. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Natália Santana – Desejo que os leitores possam desfrutar da grande alegria que é encontrar a verdadeira vocação, aquilo que está em nossa essência, e a literatura é uma das melhores maneiras de descobrir o seu propósito de vida.

 

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da Literatura

Quer ser entrevistado? Entre em contato com nosso editorial, apresentaremos proposta.

Contato: smccomunicacao@hotmail.com

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