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FBAC estreia documentário sobre Jaime Isidoro em Serralves

No âmbito do centenário do nascimento de Jaime Isidoro (1924-2009), a Fundação Bienal de Arte de Cerveira vai estrear, no próximo dia 10 de abril, no Auditório do Museu de Serralves, o documentário “Jaime Isidoro: divulgador, colecionador, artista”.

O filme é da autoria de Helena Mendes Pereira e conta, entre outros, com testemunhos de Albuquerque Mendes, Álvaro Siza Vieira, António Quadros Ferreira, Bernardo Pinto de Almeida, Henrique Silva, Laura Castro, Mário Cláudio, Silvestre Pestana.

No verão de 1974, nascem na Casa da Carruagem (Valadares, Vila Nova de Gaia) os Encontros Internacionais de Arte, iniciativa promovida por Jaime Isidoro e pelo Grupo Alvarez, com o objetivo de promover um evento cultural que reunisse artistas portugueses e estrangeiros. Pretendia-se uma descentralização cultural que se constituísse como um elogio à vanguarda e à Liberdade, contribuindo para a aproximação dos públicos às demandas do contemporâneo.

Os Encontros Internacionais de Arte repetiram-se nos anos seguintes por Viana do Castelo, Póvoa do Varzim e Caldas da Rainha e, em 1978, haviam de realizar-se em Vila Nova de Cerveira, dando origem à Bienal Internacional de Arte de Cerveira, da qual Jaime Isidoro foi diretor artístico em cinco edições (1978, 1980, 1982, 1984 e 1992).

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Neste sentido, a Fundação Bienal de Arte de Cerveira vai lançar um documentário sobre Jaime Isidoro com a realização de Helena Mendes Pereira e LUAR Imagem, que evidencia o seu papel, na História da Arte Portuguesa, como divulgador, colecionador e artista.

“Reconhecido por muitos como o «Pai» da Bienal Internacional de Arte de Cerveira, Jaime Isidoro foi uma figura central na revolução cultural do nosso país e de Vila Nova de Cerveira em particular, pelo que este projeto, em jeito de homenagem, tem como objetivo dar a conhecer o seu legado e a sua marca na história da arte contemporânea em Portugal”, explica o Presidente da FBAC, Rui Teixeira.

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Nas palavras da realizadora, Helena Mendes Pereira: “Este documentário não é apenas uma homenagem. Resulta de um trabalho de investigação de vários anos que conclui a importância de Jaime Isidoro na construção do que definimos hoje como sistema da arte contemporânea nacional. O seu objetivo é inscrever o seu nome, de forma justa, na História da Arte, sobretudo como divulgador cultural, reposicionando, assim, o norte do país como pivot de tudo o que acontece na segunda metade do século XX em termos de vanguarda”.

O documentário integra testemunhos de várias personalidades como Albuquerque Mendes, Alfredo Barreto, António Quadros Ferreira, Armando Alves, Augusto Canedo, Bernardo Pinto de Almeida, José Manuel Carpinteira, Daniel Isidoro, Helena Mendes Pereira, Henrique Silva, Júlio Gago, Laura Castro, Mário Cláudio, Silvestre Pestana, Álvaro Siza Vieira e Zulmiro de Carvalho.

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De referir que o filme será ainda exibido, no âmbito da XXIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira, no Cine-Teatro Eduardo Brazão, em Valadares, a 27 de julho de 2024, e em Vila Nova de Cerveira a 15 de agosto de 2024.

Recorde-se que para o biénio 2023/2024 a FBAC está a convocar novos olhares – de artistas, curadores, colecionadores e de outras estruturas de criação e programação – para pensar a Liberdade, em tempos complexos como os que vivemos. “ÉS LIVRE?” é a pergunta colocada, de forma direta, aos públicos, antecipando e assinalando os 50 anos do 25 de abril de 1974. A FBAC, que integra a Rede Portuguesa de Arte Contemporânea, é uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes.

Sinopse

Jaime Isidoro nasceu a 21 de março de 1924, na cidade do Porto, no seio de uma família simples, tendo crescido no contexto de um Portugal triste e sem Liberdade. Não obstante, Jaime Isidoro, que despertou ainda criança para a prática artística, fez da sua vida uma aventura extraordinária, devendo-lhe o país, provavelmente, a criação do seu sistema da arte.

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Em 1954, depois de uma curta, mas reconhecida carreira como pintor e designer, cria a Galeria Alvarez, no Porto, a mais antiga do país ainda em funcionamento. Seguem-se iniciativas na Casa da Carruagem (Valadares, Vila Nova de Gaia), a Revista de Artes Plásticas, os Encontros Internacionais de Arte, as Bienais Internacionais de Arte ou o Café des Arts, a que se somam o apoio à divulgação de artistas do modernismo português sendo sua a organização, por exemplo, da primeira exposição póstuma de Amadeo de Souza-Cardoso. Apostou e promoveu um número considerável de artistas que hoje se inscrevem na História da Arte Contemporânea portuguesa, patrocinando a internacionalização de alguns deles e sendo ímpar o seu papel de impulsionador da performance em Portugal, bem como a importância da Galeria Alvarez no que se define como “Escola do Porto”. Jaime Isidoro dedicou 40 anos à divulgação das artes plásticas e visuais, contribuiu para o desenvolvimento do colecionismo de arte em Portugal e legou-nos uma coleção com milhares de obras de arte, representativa da arte moderna e contemporânea nacional e internacional. Nunca deixou de pintar, de ser, também, artista. Este documentário tem como objetivo reinscrever, de forma justa, a sua importância para História da Arte Portuguesa, a partir da segunda metade do século XX, reposicionando-o, ao mesmo tempo, o Porto e o Norte do país como motores da introdução das vanguardas e baluartes da Liberdade. Faleceu a 21 de janeiro de 2009, no mesmo Porto que o viu nascer, mas o seu legado torna-o eterno.

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