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António Fernandes
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Portugal está, como se diz na gíria: “a ferro e fogo”; de Norte a Sul e de Este a Oeste.
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A temperatura ambiente aumenta. A humidade no ar, baixa significativamente. Os solos secam a um ritmo alarmante causando danos irreversíveis na vegetação e demais espécies autóctones e, as pessoas, não conseguem ajustar os seu hábitos, usos e costumes, aos efeitos nefastos entretanto, por si, causados.
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As alterações climáticas efectivas mostram assim ao cidadão comum e às diversas estruturas da sua organização social, parte das consequências imediatas e futuras para a sua vida em conjunturas e circunstâncias adversas envolventes, sempre dinâmicas, aquilo de que é capaz!
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Conclusão primeira:
– O País está a arder!
Conclusão seguinte:
– Há responsáveis individuais e coletivos na impulsão desta calamidade natural.
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Mesmo nas conjunturas de fogo posto, negligência ou outras, que mais não fazem do que ser a “ignição” tal qual um raio ou outra qualquer “ignição” propulsora de um incêndio.
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Há:
– Responsáveis ativos;
– Responsáveis passivos;
– Responsáveis políticos;
– Responsáveis sociais;
– Outros;
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Em suma; ninguém se pode dar ao luxo de sacudir os ombros e enjeitar responsabilidade individual num todo coletivo, só porque entende nada ter a ver com os usos e costumes adquiridos inconsciente de que é parte intrínseca de transmissão desses mesmos, e outros entretanto criados, usos e costumes, na justa medida em que esses sofrem mutações consoante as novas condições de vida com que cada geração se vê confrontada e com os quais interage e age ou reage em suposto benefício individual ou coletivo.
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É um tema aonde não há inocentes salvo aqueles cuja maturação formativa ainda está em formação social, para o bem e para o mal.
Desde logo toda a arquitetura educativa e demais sujeitos ou entidades com influência ativa e interativa nesse domínio.
É notória a não existência de um qualquer projeto de educação ambiental coletiva e por isso a moral acusatória não é concludente.
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Aquilo que se pode especular é que, a troco de conquistas na comodidade de vida , o Homem nunca mediu as consequências futuras dos seus atos na construção dessas melhorias temporais. E muito menos mediu o elevado preço a pagar pelas sociedades organizadas em civilizações no futuro.
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O facilitismo individual é contra natura tendo em vista a preservação de todas as condições necessárias à vida na justa medida em que, cada geração olha para o seu tempo e se limita a circunscrever esse tempo ao seu tempo de vida. Uns porque não tem alternativa e outros porque o vislumbre temporal e intelectual é limitado. Sendo que, são estes últimos, a ditar todas as regras que estão a empurrar a Humanidade e o seu habitat natural para um beco sem saída e reparação sujeita a condicionalismos impeditivos à sua concretização.
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A organização das sociedades tem vindo a mostrar incomplacência múltipla com o meio multiplicando os desequilíbrios ambientais cuja sustentabilidade está já a colapsar.
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Portugal é assim, uma pequena peça de um puzzle à escala global que começa a implodir com celeridade grave colocando em risco todo o ecossistema no Planeta assumindo o fogo ser uma figura do rosto implacável dessa evidência.
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É tempo mais do que suficiente para exigir dos líderes mundiais atenção e empenho redobrado porque o relógio do tempo já entrou em contagem decrescente há tempo suficiente para que lhes sejam assacadas as responsabilidades inerentes e, ao cidadão comum, a inteligência capacitada para, finalmente, tomar consciência dos seus atos.