Compre já a nova edição do livro MINHO CONNECTION

Mosteiro de S. João d’ Arga vive religiosidade, concertinas e cantares ao desafio

Segundo a tradição, o Mosteiro de S. João de Arga foi fundado no séc. VII por S. Frutuoso. No séc. XI, D. Fernando de Leão refere-se a este mosteiro que possuía um grande couto. No séc. XIV, existem novamente referências ao dito mosteiro.

No séc. XVI um documento fez com que passasse a abadia secular, embora contra a vontade do Papa Sixto IV. Foi por esta altura que os marqueses de Vila Real começaram a apresentar os abades deste mosteiro.

O primeiro artigo etnográfico sobre São João d’ Arga foi publicado já no início dos anos cinquenta pelo emérito regionalista limiano José Rosa de Araújo (1906-1992), que visitou a serra pela primeira vez em 1938, pouco antes de começarem a ser rasgadas as primeiras estradas florestais e iniciada a reflorestação:

PUB

 “Aqui tudo é bárbaro e rude. Cheira a primitivo, às chancas ferradas dos avós dos nossos avós (…) S.João de Arga tem promessas estranhas, de sacrifícios bem pesados. (…) E os romeiros oferendam-lhe sal, telhas, cravos, além de ex-votos de cera representando as partes miraculadas do corpo. Junto da sacristia, num desvão anexo, estão grandes arcas que se enchem de sal até esbordar. Caiem lá montões de telhas — que os mesários, depois, têm de vender (…)

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Mas em 28 cai lá o poder do mundo. Além da gente das redondezas, o povoléu da margem esquerda do Lima, de Darque, de Mazarefes, de Vila Franca, de Pessegueiro, de Vitorino das Donas, que mantém viva fé viva no santinho milagreiro. São sempre eles que trazem as promessas mais duras. Muitos, mal os olhos descobrem o templozinho, percorrem o resto do trajecto de joelhos, regando com sangue as pedras do trilho. Outros andam à roda da capela, voltas e mais voltas, passando rosários sobre rosários. Entretanto, nos dois coretos, a música toca alegres “passa-calles”. Dança-se, canta-se, folga-se. Cada grupo que chega, queima foguetes. Cumpre o que prometeu e depois diverte-se. Vinho, bebidas, café, são para ali levados, à cabeça de mulheres. (…) Caiem lá os melhores tocadores de harmónico da serra, os grandes bailadores, os cantadores afamados ao desafio… E não há memoria de haver barulhos! (…) Mas, de anos a esta parte, a afluência diminui. Gradualmente diminuem as esmolas e os romeiros, lamentam-se os mesários. (…)”  (José Rosa de Araújo-1957)

PUB

(ver os programas em anexo)

PUB

PUB
  Partilhar este artigo
  Partilhar este artigo
PUB
PUB

Junte-se a nós todas as semanas