O Lobo frontal

Diz a wikipédia:

“Está localizado diretamente atrás da testa e é o responsável pelos movimentos voluntários do corpo; a linguagem e o gerenciamento das habilidades cognitivas. Os lobos frontais são considerados o centro de controle comportamental e emocional e são responsáveis pela personalidade de cada ser humano.”

‘ELES’ ESTAVAM NUM FRENTE-A-FRENTE MAS DE COSTAS PARA O PAÍS REAL

Na recente fase de pré-campanha eleitoral para as eleições legislativas de 10 de Março próximo, após ver alguns dos frente-a-frente televisivos dos vários lideres partidários, quedei-me pensativo a inquirir-me sobre o que levaria aqueles homens e mulheres inteligentes e importantes a dialogar com o seu interlocutor com aquela excessiva e exaltada acrimónia e violência verbal abordando factos e  pormenores que nada tinham afinal com o que os devia levar ali; os seus programas politicos e a forma de os implementar para resolver os reais problemas do país que se propunham servir. (…)

Sobre a Inveja Insatifeita, escreveu Miguel Esteves Cardoso na edição do “Público” de hoje, 24.02.2024:

“A inveja é um ardor de injustiça. O invejoso sente-se roubado, destituído do que merece.

É o narcisismo que lhe dá a indignação, a razão de ser para cobiçar o que foi parar a um idiota qualquer.”

(…) E foi então que me ocorreu que, aqueles senhores e senhoras – certamente não todos, mas provavelmente alguns, os mais agressivos – poderiam ter sido vitimas de algum ‘síndrome do lobo frontal’, resultante de uma inusitada lesão naquela importante região cerebral, quiçá responsável por qualquer eventual desvio aos padrões comportamentais caracterizados na ‘interacção social e de personalidade’.

( É verdade que muitos deles cultuam uma certa dose de narcisismo, tipificada na análise psiquica das caracteristicas cientificas destas manifestações de indignada exaltação. No caso vertente, que íam resultando das frustrações do êxito pretendido, e que não conseguiam obter, ou sequer defender eficazmente nas suas teses, afirmadas como verdades absolutas. Eles queriam que fossem consideradas indiscutíveis, mas que o não eram, perante os argumentos contraditórios e quase sempre irrefutáveis ouvidos dos seus antagonistas ).

Mas isso não podia justificar nada que levasse os aludidos e mediáticos personagens a semelhantes comportamentos totalmente inadequados às regras de uma natural urbanidade, próprias de um individuo normal que é dono das suas reacções e atitudes. Mais; que se propõe vir a representar o seu país nas mais altas instâncias. Tanto mais que sabiam estar a ser vistos e ouvidos em directo.

Estes pensamentos e a lógica que os assiste, levaram-me a uma derradeira auto-inquirição; depois destes senhores consumirem e desperdiçarem totalmente os minutos de televisão que lhes tinham sido concedidos para elucidar as audiências que os ouviam – e que estavam certamente tão estufefactas com eu – sempre chegava um vasto painel de comentadores. Mas desses não falo, pela manifesta inutilidade de o fazer. Pelas razões expostas resta-me perguntar-me porque será que ninguém se lembrou de incluir nesses tais paineis

de ilustres analistas alguém ligado às profissões da psicologia ou talvez mesmo da psiquiatria? – Boa pergunta, hein!