Se queres brincar, vamos brincar

Aqui temos mais um momento de poesia, vindo da Galiza, do nosso Colaborador José Verde Pardo

Eu não entendo
este jogo inútil,
de emparelhar
os beijos esquecidos
com a dolorosa
desconsolação,
de perder ambos,
o equilíbrio,
mesmo antes de cairmos no chão.

Não compreendo
esta disputa vã,
de egos vulgares,
de dois actores medíocres,
que pensam que são,
os deuses do inferno,
e que não são mais
dois grãos de poeira,
arrastando os seus desejos
entre a terra e o céu.

Se queres brincar, vamos brincar.

Atirando,

repreensões um no outro,
como adagas afiadas,
que sarjam os rebentos,
de um amor casto como um rio,
e que escapa,
inexorável,
como água fresca derramada
entre os teus dedos e os meus.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Se queres brincar, vamos brincar.
O mundo é infinito
mas não há espaço nele,
nem os nossos beijos,
nem os seus ruídos trágicos.

Se queres brincar, vamos brincar.

Mas não nos despedacemos,
no circo,
como dois leões em cio.

…mas se queres brincar, vamos brincar…

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