Um acto de Cidadania

Cidadania, foi há cerca de uns quinze anos uma palavra muito em moda.

Como sabemos tudo o que é moda é efémero, depressa desaparece nos usos e costumes. Mas é uma palavra com vasto poder.

Tantas vezes dita, muitas vezes, com despropósito, mas estava na moda. Outras palavras se lhe seguiram e outras se seguirão.

Tudo isto, vem a propósito de, o Clube dos Pensadores, ter levado a efeito o seu primeiro evento público de 2023, que eu classifico como um acto de pura cidadania.

Mantendo a sua linha de isenção, e pluralidade democrática a que nos habituou ao longo dos dezassete anos que leva de vida, o Clube dos Pensadores, achou por bem convidar, e este aceitou, o deputado Eurico Brilhante Dias, líder actual da bancada parlamentar do partido Socialista e ex-Secretário de Estado para, de certa forma, ser questionado e, por sua vez, informar os presentes, como é que, o governo de António Costa pensa, mudar, corrigir, evoluir, etc..

Homem do aparelho socialista, de muito traquejo parlamentar, pessoa tranquila que sempre viveu do uso da palavra, um moderado no seio da família socialista, assim como no tom contido e ponderado da mesma.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

A todos os temas tentou dar resposta como aqueles que, ultimamente, mais se tem falado como o caso das sucessivas demissões de membros do governo, envoltas em escândalos, à cadência de mais de uma por mês, por actos pouco ou nada dignos, transparentes, ou abonatórios e que em nada dignificam a coisa publica, e o governo da nação.

“Tem sido, apenas, floreados”, disse.

Desvalorizou-o, muito para além do que seria expectável, não lhe deu especial relevância, o que não deixa de ser uma nota curiosa.

Em meu modesto entender, o exercício do poder da nação, aonde o PS já leva sete anos consecutivos, aliado a uma inesperada maioria parlamentar absoluta, obtida nas eleições de 30 de Janeiro de 2022, conferiram ao PS uma letargia semelhante à de quem lhe sai um inesperado e chorudo Euromilhões e não sabe o que fazer com tanto dinheiro.

Devia ter sido o contrário.

Completamente enxuto de ideias e ambições para Portugal, assim o vêm demonstrando. Ou, porque, simplesmente, se aburguesou, ou não querendo, pretende apenas viver de juros do PRR.

Pessoalmente creio que, António Costa, não era isto que queria para si. Cansado das questiúnculas tidas com a geringonça que montou para se alcandorar no poder, mas que obviamente o desgastaram, viu nas últimas eleições legislativas a porta de saída para um cargo europeu, muito mais simples e melhor remunerado.

Fazendo fé nas palavras de Eurico Brilhante Dias em que disse que Costa tinha três discursos preparados para a noite eleitoral.

Saiu-lhe uma maioria absoluta – a menos provável- que lhe estragou a vida pessoal. Daí a secura de ideias e a persistência no erro na escolha dos governantes, fazendo fé que Marcelo o derrube e com isso lhe conceda a tão desejada carta de alforria.

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Agora, aguentamos nós.

 

José Venade não segue o actual acordo ortográfico em vigor.

 

* O autor não segue o acordo ortográfico de 1990

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