Viva o Teatro!
Assisti há pouco a uma peça de teatro. É algo bem diferente de um filme, e muito mais intimo do que outro qualquer similar tipo de performance artística, algo que nos faz sentir próximos dos actores e dos sentimentos que o autor neles pretendeu incutir ao revelar publicamente a sua obra. Daí, a empatia que sentimos, talvez porque durante aquela hora e meia nos vamos deixando penetrar de um estranho prazer que gostaríamos de prolongar em nós. É como que o assumir de um secreto desejo de sermos alguém diferente, ainda que por breve período de tempo, a sensação de experimentarmos emoções como as que vimos externadas nas expressões e atitudes dos actores e actrizes na peça que estamos vendo, enquanto interiorizamos o seu enredo. E, depois, gera-se em nós aquele sentido de impunidade, que vai aligeirar a nossa auto-censura por uma ou outra mais arrojada fantasia, nesse despojar de preconceitos e de defesas. E a certeza de que ao cerrar das cortinas aquela gostosa ilusão será sentida como que um “crime sem pecado”, pois dela não haverá registo palpável, a não ser o do prazer experimentado, cuja memória ficará connosco, só para nós.
Eugénio de Sá
Máscaras
GOSTA DESTE CONTEÚDO?
- Não se esqueça de subscrever a nossa newsletter!
Tiramos uma logo outra se forma
Neste deambular quotidiano.
Máscaras que criamos, ocultações do cerne
Cobertura de dores e frustrações
Que usamos como adorno multicolor,
Pintadas de sorrisos brincalhões,
Reflectindo simpatia e amor,
Mas na aspereza do avesso, rasgam-nos a carne!
PUB