Editorial

Agravam-se os problemas com as remessas dos emigrantes
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Jorge VER de Melo

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Jorge VER de Melo

Consultor de Comunicação

O encache com as remessas dos emigrantes que vinha sendo habitual durante muitos anos, está a diminuir com o decorrer dos acontecimentos bancários.

Com juros muito inferiores a 1%, os nossos emigrantes têm dificuldade em ajudar o país. Além disso, dá a sensação que estão a fazer deles gente sem informação. A Deco Proteste tem fornecido algumas dicas, mas mesmo assim o panorama não se apresenta nada seguro.

Depois dos acidentes com o BPN, o BES e outros, só faltava a nossa Caixa Geral de Depósitos apresentar problemas de insegurança.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Se quisermos ler com atenção o relatório do inquérito efetuado pelo grupo de parlamentares escolhido, confirmamos mais uma vez o contínuo estado de abandono económico em que nos encontramos.

Um regulador, o Banco de Portugal, não soube ou não quis apreciar convenientemente as fracas atitudes e o mau comportamento dos Administradores dessa entidade bancária.

https://eco.sapo.pt/2019/07/15/leia-aqui-o-relatorio-da-comissao-de-inquerito-a-caixa-geral-de-depositos/

Concluíram que as piores situações de crédito mal parado se situam entre 2005 e 2007, durante a Administração de Maldonado Gonelha, Armando Vara e Francisco Bandeira. Mas é visível que além desses “Senhores”, poderão estar alegadamente, outros responsáveis, porventura mais imiscuídos nesses atos do que os autores diretos.

E as perguntas colocam-se:

– Será que o ex-Primeiro Ministro e Chefe do Governo, José Sócrates, também não sabe de nada como todos os outros?

– Será que o ex-Presidente da República, Cavaco Silva, também não sabia de nada?

– Será que o ex-restante Governo também não sabia de nada?

– Será que nenhum ex-membro do Parlamento sabia de nada?

Todas estas incógnitas são poucas para responsabilizar quem é responsável por estes atos e recebia altos vencimentos para atuar com responsabilidade.

Aconteceram factos perfeitamente patéticos, não é que a Caixa Geral de Depósitos era credora e simultaneamente acionista de alguns dos devedores? Isto é de loucos!…

O Ministério das Finanças, teve certamente conhecimento dos acontecimentos. Porque razão não atuou energicamente?

Por fim, os autores do relatório, responsáveis pelo inquérito, exigem que o maior acionista, o Governo da Nação, tome atitudes com transparência perante os responsáveis da CGD mas também pondere o que fazer com o Banco de Portugal.

Não será fácil responsabilizar Governos, Administradores e outros intervenientes com a devida transparência, mas é o que deve ser feito como garantia de que estamos a lidar com pessoas de bem.

Segundo os inquiridores, o Banco de Portugal deve assumir os erros e aprender com os resultados.

Todos estes acontecimentos confirmam o abandono por parte dos reguladores e os maus comportamentos também dos restantes bancos que arrasaram a confiança no sistema financeiro português.

Na verdade o cidadão votante tem uma boa parte da culpa porque mesmo sendo ele a pagar as contas, ainda não aprendeu suficientemente para saber escolher gente menos aventureira e mais conhecedora para governar aquilo que é nosso.

Todos os responsáveis e intervenientes devem ser identificados e punidos para que ressurja a anterior confiança na economia financeira de Portugal.

Desta forma, digam-nos por favor qual é o emigrante ou outro cidadão que possa confiar como antigamente no nosso sistema bancário?

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