Bairro do Sobreiro de Arcos de Valdevez completamente deteriorado

Trata-se de uma questão crucial que vem afectando a vida dos moradores do Bairro do Sobreiro, em Arcos de Valdevez.

«A situação é precária e as condições desfavoráveis em que nós, moradores do bairro nos encontramos. Temos vividos amplamente negligenciados tanto pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana quanto pela Câmara Municipal de Arcos de Valdevez. A falta de iniciativas concretas para melhorar as condições de vida tem gerado um profundo impacto negativo na comunidade, levando-a a enfrentar uma realidade desafiadora e desumana.» 

Os habitantes pretendem chamar a atenção para urgência de ações concretas e imediatas por parte das autoridades competentes. «É essencial que a situação do Bairro do Sobreiro não seja mais ignorada, pois os moradores têm o direito inalienável de viver em um ambiente digno e seguro. A falta de infraestrutura adequada, serviços básicos e condições habitacionais mínimas é uma questão que não pode ser subestimada, e é fundamental que os responsáveis pela gestão pública reconheçam a necessidade urgente de intervenção».

E continuam: «É importante ressaltar que o Bairro do Sobreiro é predominantemente uma comunidade de habitação social, onde muitos residentes pagam aluguéis simbólicos e outros com valores altos. Não esquecendo moradores que já fizeram obras nos apartamentos, pintaram, trocaram mobílias das cozinhas, pois o IHRU não quer saber dos interiores das moradias. Há muitos apartamentos aqui completamente deteriorados por negligências de certos moradores e nem sequer há uma inspeção. No entanto, a reduzida contribuição financeira não deve ser interpretada como um motivo para a falta de investimento em melhorias habitacionais e de infraestrutura. A realidade é que, independentemente das taxas subsidiadas, todos os moradores merecem viver com dignidade e ter acesso a condições básicas de vida. É crucial que o aspeto financeiro não obscureça a responsabilidade das autoridades locais em garantir um ambiente habitacional seguro e saudável para todos os habitantes, independentemente de suas condições socioeconómicas.»

A situação enfrentada pelos residentes do Bairro do Sobreiro é profundamente preocupante, uma vez que estão sujeitos a uma série de desafios decorrentes das condições precárias de habitação e infraestrutura, tais como:

«Em tempos chuvosos, nós moradores não podemos estar descansados, as condições dos telhados são horríveis, as telhas com o vento e chuva levantam e chove dentro de casa como lá fora. Chegamos ao ponto de haver infiltrações dentro de candeeiros, o que se torna um perigo em relação a curtos circuitos. O ano transato, num dos apartamentos choveu no quarto de uma jovem e numa cozinha, estragando mobílias. Nesse mesmo ano uma moradora chamou os serviços da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez pois estava a chover bastante dentro de casa e ela é mãe de crianças, e o que os funcionários camarários que vieram ‘resolver’ o problema, colocaram arcas frigorificas velhas a arrecadar a água, em vez de tentar arranjar o telhado, uma vergonha!»

Estas duas fotos que se seguem são deste ano, no dia 17/10.  Uma moradora chegou a casa e encontrou a sua cozinha inundada pela água que caía do candeeiro. Ela ligou para o empreiteiro que costuma ir ali, do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) e pediu ajuda, e a resposta dele foi “Infelizmente estou farto de avisar o IHRU que mais cedo ou mais tarde esses telhados vão ruir e vai acontecer um acidente dos grandes.». «E nada mais esse senhor pode fazer sem a autorização do IHRU!» – disse-nos um dos moradores..

«O mais engraçado é que o IHRU diz que é estritamente proibido os moradores contratarem alguém para lhes arranjar o telhado, então como é que nós vamos fazer?! Se nem podemos falar com alguém que nos suba ao telhado e tente nos dar melhor condições mesmo saindo do nosso bolso!»

Este problema já foi reportado à CMAV e eles dizem que «não podem fazer nada, temos que esperar pelo IHRU, só não entendo o porque do bairro de Ponte da Barca estar sempre com obras sendo que também pertence ao IHRU e Câmara Municipal de Ponte da Barca».

Outro grande problema são as condições em que se encontram as janelas e estores destes apartamentos. «É triste chegar a altura do Inverno e tentar ligar aquecimento e não servir de nada, pois mesmo as janelas e estores se encontrarem fechados o frio entra na mesma. As janelas abanam com o vento forte e com isto encontramo-nos a gastar luz sem razão e pagar preços absurdos de electricidade. Também chegamos ao Verão e existem janelas que nem dão para abrir, pois encontram-se lamentavelmente deterioradas, há janelas que até ao abrir saltam e ficamos com elas nas mãos, enfim uma VERGONHA». 

As varandas dos prédios encontram-se num estado deplorável, desde a última intervenção que foi há mais de 10 anos, «mal feita e apensas nas varandas, sem pintar os prédios e sem obras nos telhados. Estas encontram-se quase a cair e a causas acidentes muito graves».

Acusam, ainda, que «Estes problemas já foram reportados ao IHRU por email e via telefone mais de 100 vezes, somos capazes de enviar um email todas as semanas e não obtemos resposta. A CMAV só dá desculpas em vez de arranjar soluções viáveis».

«Gostaríamos de reiterar que, em março de 2022, recebemos um ofício prometendo a implementação de obras e melhorias no Bairro do Sobreiro, visando resolver as questões prementes que foram levantadas. No entanto, é com profundo pesar que observamos que, até o momento presente, não houve nenhuma indicação tangível de progresso ou ação concreta para cumprir as promessas delineadas no referido ofício. A falta de qualquer desenvolvimento substancial tem causado uma crescente sensação de frustração e desilusão entre os moradores, que têm sido privados de melhorias urgentemente necessárias em suas condições de vida».

E não podiam terminar  as declarações ao MD de forma mais contundente: «A ausência de transparência e prestação de contas nesse assunto é profundamente preocupante e exige uma pronta intervenção para restaurar a confiança e garantir o bem-estar da comunidade do Bairro do Sobreiro».