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DKC: Náutica nas Escolas faz 10 anos de existência

Financiamento e logística pelo Município. Prestação do serviço pela DKC. Beneficio às escolas e aos alunos.

Iniciado no ano letivo de 2013/2014, sob a égide do executivo do então Presidente da Câmara Eng.º José Maria Costa e do Vice- Presidente e Vereador do Desporto Eng.º  Vitor Lemos, a ideia de levar a náutica às escolas foi desde o primeiro dia, um momento de sucesso.

O projeto, a complementar a existência do projeto maior “Centro de Mar”, que visou criar estruturas dignas para os clubes náuticos à época em substituição das já existentes, alocando os clubes e prometendo-lhes contrato de comodato, surgiu a seguir.

Virar a cidade para o mar, aproveitando a ideia do Cluster do Mar do saudoso professor Hernâni Lopes.

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Os clubes participaram ativamente no projeto do Centro de Mar, e na arquitectura dos seus edifícios, que foram construídos à medida desses clubes, das suas necessidadese das modalidades que aí se praticam. Visou dar dignidade aos atletas que praticam as quatro modalidades náuticas e aos clubes para formar atletas e dar condições para a competição e lazer.

O apetrechamento de embarcações nos Centros também fez parte, embora não fosse pensado para o projeto náutica nas escolas, através de um contrato de comodato.

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Foi neste contexto que surgiu, então a ideia das náuticas em contexto escolar, mercê de trocas de experiencias, sobretudo na análise do modelo de Brest, em França, onde os presidentes dos clubes, o então Vereador Vitor Lemos e técnico do desporto do município, fizeram uma estadia de uma semana e beberam dessa experiencia que adaptaram para Viana.

Essa experiência nunca passou pela municipalização ou funcionalização dos clubes, como foi esta ultima noticiado recentemente, provavelmente por quem nunca viveu esses tempos, nem procurou ter a humildade de perguntar.

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Os clubes não são funcionários do Município, e o modelo do Centro e Mar primordial não foi o de servir as náuticas em contexto escolar, essa ideia surgiu depois e foi concretizada depois, como espelham os protocolos assinados à época.

No ano escolar de 2014/2015, depois da primeira experiencia em 2013/14 foi assinado protocolo de colaboração datado de 3 de Setembro de 2015 com o modelo actual, tripartido entre:

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– O Municipio:

  1. a) Coordenação técnica/administrativa na implementação do projeto “Náutica nas Escolas”
  2. b) Articulação entre os diversos parceiros envolvidos com vista à implementação, execução e avaliação do projeto
  3. c) A criação das condições de logística e de financiamentonecessárias à prática da náutica nas escolas
  4. d) O transporte dos alunos envolvidos no projeto para os Centros Nauticos
  5. e) A limpeza das instalações
  6. f) Elaboração de relatório anual de avaliação do projeto
  7. g) Contribuição para a formação profissional de docentes e técnicos, através da promoção de formação específica na área dos desporto náuticos.

 

Agrupamento de Escolas:

  1. a)

Acompanhamento pedagógico nas aulas desenvolvidas nos Centros Náuticos.

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  1. b)

A organização dos horários escolares, tendo em conta o normal desenvolvimento das atividades letivas curriculares nos Centros Nauticos.

  1. c)

A monitorização do projeto, com vista à avaliação dos contributos e mais valias do mesmo nas dimensões curriculares e lúdicas com relatório síntese trimestral e final

  1. d)

A aprovação do projeto náutica nas escolas por parte do conselho eral e concelho pedagógico do agrupamento.

 

Clube:

  1. a)

Programação e execução técnica e pedagógica da atividade náutica nas escolas

  1. b)

A prestação de serviço ao Município de Viana no sentido de assegurar a leccionação da náutica nas escolas

  1. c)

O enquadramento técnico logístico, de receção e acolhimento dos participantes, disponibilização de meios humanos pra os desenvolvimento das atividades e adoção de medidas que visem a segurança no desenvolvimento da mesma.

  1. d)

Remessa de dados trimestrais.

 

Os clubes prestam o serviço com três técnicos, diariamente, a tempo inteiro, com semanas com 11 e doze turmas, no caso da canoagem em contexto escolar.

 

Também a DKC de Viana coloca à disposição o material náutico, tal como kayaks, pagaias e coletes. Material (exceptuando os coletes) que já acusam bastante desgaste e se encontram degradados pelos 10 anos de utilização quase diária. O mesmo acontece com os sapatos de água. As camisolas já não se fornecem pelo custo de lavagem que isso representa e porque não há capacidade de revisão da máquina de lavar e secar que o clube adquiriu.

 

Uma sessão de canoagem na DKC engloba a preparação teórica e prática. Os materiais são numerados e organizados. A carrinha e um atrelado são carregados e levados logo de manhã cedo, pois a água está distante e descarregados junto ao rio.  À turma são fornecidos os sapatos de água, pagaias e coletes, e quando chove os impermeáveis. A sessão é sempre mais fácil quando a maré em cima. Na baixa mar é mais difícil, pois o lodo, a que o clube já pediu inúmeras vezes para ser retirado torna a prática bastante mais longe da margem.  No regresso, é necessário carregar o atrelado novamente e descarregar junto ao clube para lavar todo o material.

 

A primeira aula é teórica.

 

São muitas horas de trabalho diárias para três técnicos, que se ocupam a tempo inteiro. Então os 3800 euros mensais com que o município financia a DKC de Viana para executar as aulas da canoagem em contexto escolar tem que cobrir o pagamento do salário a 3 técnicos, segurança social, IRS. Ou seja o valor referido tem que cobrir mensalmente:

 

Transporte diário para levar embarcações junto à água e regresso:

– Carrinhas, atrelados, combustível, seguros das carrinhas, inspeções aos veículos, reparações e matutenção.  A chapa dos veículos deteora-se pela sanilidade.

 

Material náutico:

– Embarcações, pagaias, coletes de auxilio à flutuação, suportes de secagem de coletes, ganchos, capacetes, arcos, bolas, redes de acondicionamento de bolas, suportes de balizas, cabos, cordas, mosquetões.

 

Material de ginásio:

– Ergómetros, bolas suíças, pesos, elásticos, tapetes, aparelhos, material diverso de ginásio, eletricidade, estantes.

 

Lavagem e dessalinização:

– Mangueiras, pistolas de pressão, baldes, detergentes, água, luvas.

 

Calçado:

– Sapatos de água,  suportes para a secagem

 

Banhos:

– Água, Luz e gaz

 

Material de limpeza e lavagens:

– Luvas,  vassouras, detergentes, papel higienico, papel de mãos, máquina de lavar e secar, suportes de pendurar roupa, desinfetantes, baldes, molas de roupa e demais utensílios.

 

Técnicos:

– Salários, Segurança Social, IRS, Seguros de trabalho, Segurança e Higiene no trabalho

Logistica, avaliação, planificação de aulas e aulas teóricas:

– Computadores, papel, impressora, tinteiros, telefone, internet, projetor, televisão, data show, eletricidade, tesouras, canetas, lápis, borrachas, marcadores e demais material de escritório.

 

Farmácia:

– Frigorifico para frios, pensos, alcool, água oxigenada, sprays, ligas, compressas,  betadine, luvas, baldes, tesouras, material de desinfeção e higiene, isto tudo com prazos de validade em dia.

 

Reparações de pagaias, embarcações e demais material utilizado:

– Materiais de matutenção, pistola da ar quente, torno, berbequim, plásticos, cabos, mão de obra não incluida nos salários, cavaletes, cintas, cordas, tesouras, caixa de ferramentas, serras eletricas, extensões elétricas, rebarbadora, compressor, matérias primas, material de soldadura, macacos, resinas, tintas, facas, x atos, pinceis, material de lavagem, escovas, aspirador, pistola de colagem, pistola de aperto, etc, etc …

 

O desgaste do material referido, utilizado pela náutica nas escolas equivale relativamente à totalidade do uso, pelos cerca de 200 alunos por semana cerca de 50% de utilização na maioria dos casos.

Noutros casos, como utilização de carrinhas diárias e reboques, material de lazer, é de 90% a 95% de utilização e inerentes gastos, ou de coletes de auxilio à flutuação de utilização exclusiva à náutica nas escolas de 100%.

 

Há necessidade de o município apoiar o clube com uma embarcação de segurança, próprio, sem ter que recorrer a gastos com outra prestação de serviços e de dar solução ao facto de na maré baixa ser difícil aos alunos ter canoagem, pelo facto de se encontrarem depositados lodos, cuja natureza pede que os mesmos sejam removidos.

 

Esta caracterização exaustiva deve-se ao facto de ter havido uma confusão ao imputar o financiamento como mero apoio recebido ao clube, pois esta apoio é destinado aos alunos e às escolas, os verdadeiros beneficiários deste programa, não tendo o clube, qualquer outro beneficio, como pelo trabalho descrito e pelos materiais que coloca à disposição são claros em que os valores transferidos pelo financiamento do município são consumidos e mais que consumidos totalmente no programa.

 

Mas são dez anos em que os alunos tem oportunidade de gratuitamente acesso à canoagem, promovendo um melhor conhecimento da biodiversidade estuarina e costeira.

 

O programa foi assinado à época pelos seguinte intervenientes:

– Presidente da Câmara de Viana do Castelo, Eng. José Maria Costa

– Diretora do Agrupamento de Escolas da Abelheira, Drª Cecília Pita

– Diretor do Agrupamento de Escolas de Arga e Lima – Dr. Agostinho Gomes

– Diretora do Agrupamento de Escolas da Barroselas – Drª Teresa Almeida

– Diretora do Agrupamento de Escolas de Monte da Ola – Drª Conceição Fernandes

– Diretor do Agrupamento de Escolas de Monserrate – Dr Manuel Vitorino

– Diretora do Agrupamento de Escolas Pintor José de Brito – Drª Teresa Marques

– Diretor do Agrupamento de Escolas da Santa Maria Maior – Dr. Benjamim Moreira

– Presidente da Darque Kayak Clube – Dr. Américo Castro

– Presidente do Clube de Vela de Viana do Castelo – Cmt. António Cruz

– Presidente do Surf Clube de Viana – Dr. João Zamith

– Presidente do Viana Remadores do Lima – Arq.º José Esteves

 

A Direção técnica da DKC de Viana na canoagem em contexto escolar é da Drª Abril Martinez.

Passaram vários técnicos pela náutica nas escolas formados pela Escola de Desporto e Natureza de Melgaço e Maia, como Joana Martins e Maria Brito e Faro.

Assinala-se assim dez anos em que a DKC de Viana movimentou cerca de uma dezena de milhar de alunos, num programa premiado nacional e internacionalmente.

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