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Festas e Romarias de Portugal (8): As nossas tradições, Usos e Costumes

A MÚSICA – AS CANTIGAS – O CAMPO – A SERRA

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José Fernandes Antunes – Zé Carvalhal – Rei das Cantigas!

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Preparamo-nos e lá fomos, até à freguesia da Ermida. No terceiro dia deste ano, numa 4L GTL – com 4 passageiros a bordo! Primeira experiência para três dos quatro tripulantes, numa deslumbrante descoberta; consideraram ser um privilégio fazer aquela viagem, subir à Ermida, naquele contexto e circunstância. O olhar espalhava-se pela bucólica paisagem, na íngreme escalada, que nos havia de conduzir ao adro da igreja, distinto lugar de encontro e de partilha. Do mercado local, da tradição, da festa e da prática religiosa.

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Encontro marcado com o Zé Carvalhal

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É também ali que se encontra, o comerciante, a loja, cheia de simplicidade, do amigo Zé Carvalhal. Do outro lado da pequena igreja, uma grande capela! Que proporciona marcantes momentos de festa, excelentes passatempos de vantagem psicológica, de abraços e muita emoção. Recebidos, de coração aberto, com alegria, pelo seu proprietário, o acarinhado e carismático Zé Carvalhal. Estávamos numa casa especial, com gente particular. Cruzaram-se conversas afoutas e outras piadas, que faziam recuar no tempo e na história da gente. De repente, pois tinha que ser, veio a música, a concertina e as cantigas! Era chegado o tal momento de nos fazer vibrar, de encanto e alegria. A cana verde picada, tocada pelo mestre, voltou a deslumbrar os presentes. Que não pouparam os aplausos, nem os elogios. Também pela desgarrada, a cantiga improvisada, entre o anfitrião e dois dos visitantes: Daniel Alves, Amigo Loureiro de Barcelos, Zé Carvalhal deram consistência à ocasião, de soltar as quadras apropriadas, oportunas e louvadas, de um encontro amigo e feliz.

“O Sr. Zé Carvalhal é um grande tocador da concertina e bom repentista” – disse, emocionado, o Avelino Sá Carneiro, um dos que veio de longe e pela primeira vez.  

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Zé Carvalhal: Um Grande Acordeonista, Vocalista e Animador

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Um nome de artista e um rosto que nos é familiar. Carismático acordeonista, exímio tocador da concertina, o rei das cantigas, vocalista e animador, realizou um percurso artístico e cultural dos mais densos e consagrados, do seu tempo, que também foi nosso. Autor e compositor, editou vários temas musicais, tais que arrastavam multidões; nas festas e arraiais, todos o queriam ver e ouvir cantar. Também para dar o tal pezinho de dança, nos bailaricos da aldeia. As cantigas ao desafio foram sempre uma das suas paixões. É um regalo, verdadeiro prazer ouvi-lo cantar uma desgarrada, na arte de improvisar. Poesia, no en(canto).

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CANTARES DA ERMIDA recolheu alguns títulos que marcaram gerações: quadras às raparigas; modinha da aldeia; não esqueço o meu amor; moda da terra, entre tantos outros temas da sua autoria. Outras cantigas surgiram, fruto da sua imaginação e talento. De interpelação e da crítica, tais como: “não abuses da liberdade” e “com tretas não se governa”. Os seus discos, de 45 rotações, rodavam que se fartavam, até romper! Sucediam-se os êxitos, na base de muito e bom trabalho. A seu modo e com os parcos meios disponíveis, o Zé Carvalhal estava para o povo, como hoje está, o Canário para a sua gente. Outros tempos, mas o mesmo entusiasmo, a mesma motivação. Verdadeiro fenómeno de uma época ávida da novidade, que pudesse dar força e sentido à vida, através das melodias. Dos sons vibrantes e das mensagens apropriadas, sempre com a vantagem e o valor do bom humor.

Apesar da sua limitação visual, o nosso amigo José, soube percorrer trilhos árduos, de exigência e de trabalho. Ultrapassou e venceu, os mais diversos os obstáculos. Perspicaz na sua análise, intuitivo e diligente, tem um especial orgulho na sua família. Primeira e única riqueza da sua vida!

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Também a comunidade que formamos, na sua diversidade, se orgulha deste conterrâneo, o homem, que abraçou por dentro a tradição. E a defendeu, com alma e coração. Por tudo e com todos, o meu muito obrigado. E um até breve, na Ermida ou noutro qualquer lugar, que nos faça recordar, as melhores (con)vivências da vida.

Subir à freguesia da Ermida, em Ponte da Barca, para visitar o José Carvalhal foi uma agradável aventura. Uma assinalável distinção. De preito e gratidão. Recomendo esse destino, essa visita, a um dos melhores recantos da terra! Pela sua sumptuosa paisagem, pela beleza das cores, pela estreiteza do seu trajeto, pelo regresso, o imperativo inverso da ida, por não haver outra saída! E sobretudo pelas pessoas que a habitam e nela fazem a sua viagem predileta. De amizade e respeito, de partilha e de comunhão fraterna.

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Links para apreciar:

https://www.youtube.com/watch?v=cRYno6t3Lw4

 

https://www.youtube.com/watch?v=mVTOWmPcyB4&t=6s

 

https://www.youtube.com/watch?v=HdlgwvVzOtI&t=28s

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