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Hormonas femininas podem travar a esclerose sistémica

Mãos esclerosadas

Por ocasião do Dia Mundial da Esclerose Sistémica, que se celebrou a 29 de junho, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia destaca os resultados de um estudo recente dedicado à doença que afeta uma em cada 50 mil pessoas.

Em http://worldsclerodermaday.org é possível ver como por todo o mundo está a ser celebrado o Dia Mundial da Esclerose Sistémica, que atinge em Portugal mais de três mil pessoas.

Muito debilitante, a esclerose sistémica é uma doença crónica que se caracteriza sobretudo pelo endurecimento e/ou espessamento da pele, a que se chama fibrose, mas que também pode envolver outros órgãos, como os pulmões, o intestino, os rins e o coração. Para sensibilizar para a doença, foi lançado o vídeo “De mãos dados para um futuro melhor”: https://www.youtube.com/watch?v=TgrAAuV3ch8

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Os resultados de um estudo, apresentado este mês no Congresso Anual da Liga Europeia contra as Doenças Reumáticas (EULAR 2016), demonstraram, pela primeira vez, o efeito benéfico dos estrogénios em modelos experimentais de pele com fibrose, representativos da esclerose sistémica.

Estes resultados podem explicar uma maior incidência da esclerose sistémica em mulheres após a menopausa, uma maior gravidade entre homens e criam a possibilidade de serem desenvolvidas terapias hormonais para esta doença difícil de tratar1.

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A esclerose sistémica (também reconhecida como esclerodermia) é uma doença auto-imune que envolve vários órgãos, afetando sobretudo mulheres (num rácio face aos homens de 9 para 1)2. O espessamento da pele é uma das caraterísticas da doença: a produção excessiva de proteínas como o colagénio pelos fibroblastos resulta no endurecimento da pele3.

O envolvimento da pele pode ser limitado à face e às extremidades mas em alguns doentes a extensão da doença pode ser maior e com progressão rápida envolvendo órgãos internos, também com fibrose. A extensão de pele envolvida no caso da esclerose sistémica correlaciona-se inversamente com a sobrevivência e é considerada como um marcador válido para avaliar a gravidade da doença3. Actualmente, não existe medicação que trate todas as manifestações da doença mas há medicamentos com eficácia e estão em curso vários ensaios clínicos com novos fármacos promissores, tanto ao nível da pele como do pulmão.

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Dado as claras evidências de diferença entre sexos na esclerose sistémica, os especialistas envolvidos no estudo decidiram avaliar se bloquear a ação dos estrogénios (hormonas femininas cuja produção diminui na menopausa) tem impacto no desenvolvimento ou vulnerabilidade à doença.

Em modelos de doença avaliou-se a diferença entre ter estrogénios e estimular a sua produção ou bloqueá-los geneticamente ou com determinados fármacos, verificando-se que o bloqueio destas hormonas femininas podem agravar a fibrose.

Assim confirmando-se o potencial efeito protector dos estrogénios na fibrose da pele em modelos experimentais representativos de esclerose sistémica abre-se mais uma linha de investigação na terapêutica desta doença.

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