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Maio de 68, uma França convulsa: cartazes, fotos, livros

No decurso do último meio século multiplicaram-se as teorias avançadas por sociólogos, especialistas em psicologia e política, historiadores e pensadores de outras áreas, relativamente às ocupações de universidades, às sucessivas manifestações estudantis e aos desacatos que, a partir de Paris, alastraram por diferentes povoações francesas nos meses de Maio e Junho de 1968.

Movimento de contestação conseguindo transmitir um surpreendente ímpeto subversivo, de norte a sul do país, ao conjunto do sector operário e a um variado naipe de grupos sociais. E neste clima pré-revolucionário, a dar origem à greve de maior expressão sindical e potencial político da história de França, bem como à mais longa paralisação dos sectores nevrálgicos da sua economia. 

 

Perante as palavras de ordem e as proclamações de cariz revolucionário dos representantes dos grupúsculos e grupos políticos que instigaram e conduziram o processo, perfilou-se a ameaça de uma profunda fractura social e política, a queda do governo e uma grave explosão de violência colectiva. É pois, sobre esta inesperada, convulsa e histórica primavera que abalou os pilares institucionais de um dos mais prósperos e dinâmicos países do Ocidente, e alvoroçou, de forma positiva ou negativa, muitas outras sociedades à roda do globo, que à passagem do cinquentenário dos retumbantes “acontecimentos”, a Casa da Eira, em Lanhelas, decidiu promover uma exposição de centenas de cartazes, fotografias e livros, entre outra e vária documentação. Materiais associados ou alusivos aos sucessos e que deverão apoiar um debate sobre esta tentativa de viragem radical de sistema político, obviamente à margem da ordenação jurídica e dos valores democráticos vigentes. Processo que poderia levar à implantação de um regime de contornos imprecisos e comprometer as liberdades resultantes dos triunfos do Ocidente europeu sobre os regimes totalitários que o tinham asfixiado ou ameaçado na primeira metade do século.

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Visando o habitual debate sondar as consequências que advieram do desenlace do movimento insurrecional francês, quer no sentido positivo de arejamento e rectificação de diversas anomalias do sistema, quer no tocante à actual deriva neoliberal, ao hiperelativismo globalista e à degenerescência dos valores antropológicos que, outrora, asseguraram a relevância económico-social, ética, cultural e política da Europa.

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Na sequência de uma tradição já consolidada, proceder-se-á também à análise iconográfica dos materiais expostos, com destaque para a vasta colecção de cartazes que deram visibilidade aos objectivos e palavras de ordem da insurreição,  e que um dos seus mais directos protagonistas define como “a explosão poético-mural de Maio”. Como será problematizado o impacto dos meios audiovisuais de comunicação de massas no avolumar do psicodrama contestatário, tal como os contágios emocionais que facilitam a manipulação das multidões à revelia da razão individual. 

 

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Igualmente, e para finalizar, serão evocados alguns testemunhos de portugueses que participaram na estrepitosa movimentação social, sem esquecer a onda emotiva vivenciada por aqueles que, várias centenas de milhar, na região parisiense e em outros lugares, se viram directa ou indirectamente envolvidos nestes perturbadores “événements”.

 

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