O Deserto Algarvio

Tem sido muitos e repetidos os avisos feitos por muitas entidades sobre as diversas áreas e actividades que tem prejudicado o Algarve.

Mas o caos continua e creio que continuará, até que a água falte de vez.

Nessa altura, talvez os governantes sejam obrigados a actuar no sentido de mitigar os danos, porque o mal está feito Sem água não há vida.

As reservas de água nas albufeiras algarvias estão em 25% da capacidade total, e estamos no Inverno. Por sua vez os aquíferos estão esgotados, ou seja: não há água para mais. Neste momento muitos desesperam, porque o governo já ameaçou com cortes para os produtores e para a população em geral, esta que nada tem a ver com os disparates, sejam eles dos governantes ou os respectivos Municípios.

Porque no Algarve tudo tem sido permitido mesmo sabendo- há muitos anos- da situação de eminente rotura no abastecimento de água.

Permitiram que rebentassem com a beleza natural orla maritima com construções e mais construções, hotéis, campos de golfe e outros sorvedouros de água, sem lhes imporem uma comprovada autonomia no que, ao consumo de água, diz respeito. Incipientes processos de dessalinização, começam a despontar, quando há muito deviam ser obrigatórios, para os mega-empreendimentos.

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Pelo caminho tem havido habilidades, como os PINs, para contornar o incontornável, e aumentar o consumo de água.

Enquanto no Minho os projectos para construção de campos de golfe têm sido chumbados, no Algarve crescem como cogumelos. E o Minho não tem problemas com falta de água, quando muito há um evidente e gritante desperdício deste precioso bem e um evidente negócio.

Morto politicamente, temos um governo que se alimenta e engana o povo com falsas promessas, e tem a distinta lata de as voltar a apresentar, quando lhe dá jeito, como se fossem novas, e assim sucessivamente e em diversas áreas, sem que tenha uma ideia, sequer, de como as resolver.

Não tem para o Algarve nem para nenhum distrito de Portugal. Há juntas de Freguesia que governam bem melhor, o pouco que tem.

António Costa governa Portugal desde 2015 e nestes muitos anos, dispondo de desafogada situação económica, e apoio parlamentar, navega à vista. Não se lhe conhece uma ideia estrutural, com princípio, meio e fim, que ele tenha concretizado. Apenas e só o marketing que o tem assessorado.

2– O Baixo Alentejo, também, sofre com falta de água, praticamente nove meses por ano. O distrito de Beja, no interior, continua com problemas gravíssimos, de falta de água, quando a podiam ir buscar água ao Guadiana, ao Pomarão.

Fala-se em determinado momento, promete-se, e logo cai no esquecimento. Desde a água necessária para a vida das pessoas, passando pela que é usada no cultivo intensivo de frutos vermelhos, e outros sorvedouros de água, em Odemira, e na eminente falta da mesma, proveniente da barragem de Santa Clara, também ela nos mínimos. Mas a orquestra continua a tocar.

Até quando?

(José Venade não segue o actual acordo ortográfico em vigor)

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* O autor não segue o acordo ortográfico de 1990

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