Editorial

A PSICOSE DO TELEMÓVEL
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Jorge VER de Melo

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Jorge VER de Melo

Consultor de Comunicação

Tem demonstrado ser uma verdadeira revolução na comunicação. Estamos a falar do telemóvel.

Tal como qualquer outro computador, trata-se de uma extensão virtual do cérebro humano.

Mas o uso abusivo dessa extensão do Homem, começa a causar problemas viciosos de tal forma perigosos que quase toda a juventude e uma grande maioria dos utilizadores adultos já não conseguem separar-se dele, nem de dia nem de noite.

O Homem tem sido ajudado exponencialmente no conforto da sua vida diária pelos milhões de aplicações que vão surgindo a uma velocidade vertiginosa.

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Podemos lembrar algumas:

– Na simples comunicação verbal;

– Como gravador ou reconhecedor de voz;

– Tradutor;

– Na comunicação visual;

– Incluindo a fotografia, o vídeo, o leitor de códigos e muitos outros;

– Como divertimento;

– Reconhecedor visual;

– Leitor digital;

– Apoio à saúde;

– No (GPS) , Global Positioning System que em português significa, “Sistema de Posicionamento Global”;

– Para acionar e manipular diversos aparelhos;

– Ferramenta profissional para imensas aplicações, etc.

Ao podermos usufruir da Internet quase em qualquer lugar, cavou-se um fosso entre adultos e jovens.

Com relações e contactos já em todo o mundo, os  joguinhos que antigamente eram um divertimento entre amigos e família no convívio do lar, agora são alargados a pessoas estranhas durante um qualquer jogo online.

Isto pode ser muito interessante pela partilha de culturas e de conhecimentos, mas também pode transformar-se numa porta de entrada para qualquer criminoso que pretenda explorar e destruir uma família.

As coisas complicam-se quando o exagero afeta o normal comportamento e se transforma em doença mental como a esquizofrenia ou a doença bipolar grave. Nesse momento só profissionais muito competentes conseguem ajudar a minimizar parte dos problemas.

Aprendam a separar-se dos ecrãs.

Como alguém disse, “a Internet pode separar gerações mas também pode aproximá-las mais do que nunca.”

Temos que entender esta época tão difícil para os pais. O emprego ocupa-lhes uma boa parte do dia que deveria ser dedicada à família. Para compensar essa ausência, pai e mãe, porque ambos trabalham demasiado para fazerem face às responsabilidades, tentam dar-lhes tudo que desejem só para ficarem, de certa forma, com a consciência tranquila pelo pouco tempo disponível para os filhos.

Mas este conflito da Internet pode ser transformado num ponto de encontro entre os elementos da família. Num grupo apenas limitado a eles (família), podem discutir ou informar os elementos em simultâneo sobre questões que todos pretendem saber como: resultados de exames, da saúde, problemas momentâneos, uma simples demonstração de carinho, etc.

Não adianta querer impor a eliminação dos ecrãs, os jovens sabem melhor que qualquer adulto como prosseguir com a sua utilização, não tenhamos ilusões.

Manuel Castells, (grande teórico da comunicação), chamou-lhe “Galáxia Internet”.

Nesta Galáxia, os nossos adolescentes têm que conhecer algumas pequenas regras para sentirem mais liberdade e saúde na utilização dessas novas ferramentas. São situações tão simples que servem para pais e filhos:

– Lembrem-se que a hora da refeição é uma “Assembleia de família”, o “Parlamento do Lar”, onde os elementos colocam os seus problemas e resolvem as dificuldades com a ajuda de todos. Por essa razão não podem colocar o telemóvel na mesa porque lhes desvia a atenção e é uma falta de respeito para com os restantes familiares.

– O mesmo acontece nas reuniões com os amigos, se todos desligarem os telemóveis, vão verificar que se divertem muito mais e por métodos bem mais saudáveis.

– Numa reunião profissional ou de negócios, terão que desligar os telemóveis para poderem desfrutar com a devida atenção aquele importante momento. (Telemóvel em cima da mesa é falta de respeito por todos os elementos da reunião.)

Será que devemos proceder como Leonardo Haberkorn que desistiu da sua carreira de Professor Universitário?

Entendeu ele, por não conseguir controlar estas situações, que os seus alunos irão ser os adulto de amanhã sem terem crescido nem amadurecido, cheios de direitos sem deveres nem responsabilidade… alguns serão até políticos ou governantes.

Não podemos pensar assim! Mas é assustador!…

 

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