Editorial

SEF
Picture of Manso Preto

Manso Preto

Manso Preto

Director / Editor

O que se passou com o cidadão ucraniano no aeroporto de Lisboa, nas instalações do SEF, é altamentamente condenável, inqualificável. Tratou-se de um autêntico atentado aos mais elementares Direitos do Homem, um crime hediondo, mas tenhamos a serenidade e bom senso de não generalizar, ou seja um acto barbaramente levado a efeito por três ou quatro indivíduos não pode ser atribuído a uma instituição respeitável e que tantos e bons serviços tem prestado ao país!

Não é a primeira vez que as forças policiais são conspurcadas, nas suas imagens e prestígio até além-fronteiras, pelo que fazem alguns dos seus operacionais.

Não querendo de modo algum defender os que efectivamente despoletaram e agrediram até à morte um cidadão indefeso, caberá à investigação – que tem de ser rápida – apurar se aquela selvajeria partiu dos funcionários da empresa privada ou se foi às mãos do sinspectores do SEF, ou se de todos. Nós sabemos, por tantas notícias, que grande parte dos ‘seguranças privados’ pensam que têm impunidade nos seus actos violentos, arrogantes e prepotentes, à margem da lei. Quantos e quantos ‘gorilas’ fazem segurança em bares de alterne, discotecas e até contratados por alguns municípios ou organismos do Estado para ‘controlarem’ cidadãos comuns e, pior ainda, na presença das autoridades. A título de exemplo, assistimos a isso quando os moradores do Prédio Coutinho, em Viana do Castelo, eram impedidos de entrarem ou se saissem já não podiam entrar nos apartamentos de que são proprietários…

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Mas voltemos ao SEF, que é isso que agora nos move.

Com as consequências trágicas que se conhecem, as repercussões nos media nacionais e estrangeiros, o mínimo que se exigia seria as demissões da Directora do SEF e do Ministro, como deu a entender o Presidente da República. ‘Caíu’ a primeira apenas ao fim de quase 9 meses, o membro do Governo reagiu como um tonto e António Costa manteve-o no cargo. Nada que me estranhe após o roubo das  armas do paiól de Tancos, a sua devolução e o constatar que, afinal, não estavam todas…

É esta gente que traça os nossos destinos. É este o país que temos e um sentido de Estado que até já é glosado em sketches que nos chegam via redes sociais e watsapp… 

NOTA: Alguém me poderá dizer a que propósito uma força policial como o SEF precisa de contratar empresas de segurança para as suas instalações e a deixarem substituir-se?!!! Ou será que estamos perante uma empresa propriedade de alguém próximo do poder e que, como tantas outras, mesmo de áreas diferentes, celebram contratos multimilionários, como por exemplo aconteceu com as máscaras anti-fumo fabricadas do dia para a noite para proteger os bombeiros e populações?

Mais
editoriais

Junte-se a nós todas as semanas