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Teatro em Caminha é Krisálida

Actuação em cena

Krisálida é uma associação jovem no concelho de Caminha, mas o seu nome no passado já trouxe vozes discordantes do apoio que o município caminhense estabeleceu com a mesma. Na altura, a crítica, que também chegou do PSD, assentava em que uma associação tão jovem e ainda sem provas dadas, se poderia estabelecer um protocolo com a autarquia no valor de 6 mil euros?

Na altura, a Krisálida rejeitou qualquer acusação sobre a não legitimidade do protocolo estabelecido.

Recentemente, e segundo foi revelado pelo Gabinete de Comunicação da autarquia caminhense, « «os excelentes resultados da parceria estabelecida entre o Município de Caminha e a Krisálida – Associação Cultural do Alto Minho no ano passado levaram o presidente da Câmara a propor ao Executivo a renovação desta relação de sucesso, que se vai materializar na celebração de um novo protocolo para 2016. Esta é uma nova forma de encarar e criar cultura, de envolvimento das populações, de aproveitamento dos equipamentos e de descentralização», sublinhou Miguel Alves, presidente da autarquia.

O Minho Digital, com o propósito de conhecer a Krisálida mas também ouvir a sua posição àcerca de tantas vozes discordantes a propósito dos protocolos estabelecidos, falou com a presidente, Carla Magalhães. E ficamos a saber da sua actividade passada, mas com um olhar no futuro…

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Minho Digital (MD) – Quando e por que surge a Krisálida?

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Formalmente, surge em outubro de 2014, mas informalmente começou a desenhar-se meio ano antes. A sua criação deve-se ao facto de Caminha não possuir até à altura nenhuma instituição que se dedicasse ao teatro de forma profissional e, como acreditamos que o teatro tem a possibilidade de permitir ver o mundo de forma diferente e de alargar horizontes, achamos que seria pertinente criar uma organização que representasse um espaço de criação daquilo que acreditamos ser substancial para o desenvolvimento cultural e artístico da nossa região.

O nosso principal objectivo consiste na captação de públicos, assente numa estreita relação com as comunidades locais, através da criação e difusão de uma oferta teatral regular, inédita até então, na região. Desenvolvemos, ainda, um projeto pedagógico em íntima articulação com a criação e produção artísticas, que engloba oficinas de teatro, dirigidas às comunidades de crianças e jovens, mas também adultos que queiram explorar o seu potencial criativo.

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MD – O espectáculo de marionetas era uma lacuna no concelho de Caminha?

O espectáculo de marionetas é uma lacuna em vários pontos do país e no concelho de Caminha também. É uma linguagem que nos interessa e que queremos dar a conhecer. Uma arte que representa um palco de possibilidades para experiências estéticas que permite explorar novas formas de fazer teatro. Penso que os caminhenses gostarão de conhecer essas novas linguagens e estéticas. O sucesso do I MALUGA foi a prova disso.

MD – Que tipo de espectáculos organizam e para que público?

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Criamos espectáculos de teatro que possam chegar a espaços não convencionais e ser apresentados nos mais diversos locais disponíveis nas freguesias do concelho. São espectáculos com qualidade estética e artística e que falam sobre assuntos que nos parecem importantes e pertinentes e que nos movem como cidadãos e artistas. Criamos ainda espectáculos com um cariz pedagógico que pretende circular pelas escolas do distrito. Não ficamos dependentes de um espaço de representação convencional, como o Teatro Municipal Valadares, mas procuramos levar o teatro às comunidades. 

Depois, promovemos, através da MALUGA – Festa da Marioneta Luso-Galaica, espectáculos com linguagens específicas da Arte da Marioneta. Dentro desta oferta cobrimos todos os públicos: infantil, adulto e familiar.

 

MD – Por onde tem andado a Krisálida com os seus espectáculos?

Por todo o concelho de Caminha, mas também em Esposende, em Vila Nova de Cerveira, em Viana do Castelo (nomeadamente nas freguesias de Lanheses e Carreço e dia 31 de março estaremos no Teatro Municipal Sá de Miranda), em Silves (Algarve), e brevemente iremos a Braga e por onde nos quiserem receber.

MD – É uma associação aberta a entrada de novos membros?

Sim, claro. Quem quiser colaborar com a associação poderá ser nosso sócio. Para isso basta contactar-nos pessoalmente, por telefone ou mail.

MD -Tem sócios?

Sim, estamos constituídos juridicamente como uma associação, pelo que temos sócios. O nosso regulamento interno contempla para além dos sócios fundadores, sócios efectivos. Os sócios efectivos são as pessoas colectivas ou singulares que contribuem activamente para a associação e queremos que sejam cada vez mais.

MD – Como classificam o mundo associativo no concelho de Caminha?

Embora não tenhamos um conhecimento profundo sobre todas as associações do concelho, acreditamos que as colectividades e associações permitem à população o acesso à cultura, lazer, desporto, apoio à terceira idade e jovens e ao convívio, disponibilizando serviços indispensáveis às suas comunidades. Por isso, também quisemos entrar nesse mundo associativo.

MD – No passado, a Krisálida estabeleceu um protocolo com o município caminhense  no qual recebiam um valor de 6 mil euros. Em que consistia esse protocolo?

Esse valor representa o pagamento de 14 espectáculos feitos nas 14 freguesias do concelho de Caminha.

MD – Na altura surgiram várias vozes discordantes. Qual a vossa posição e opinião sobre tal?

Nessa altura fizemos um comunicado sobre o assunto. Hoje só temos a dizer que estamos muito satisfeitos com o caminho que temos feito, com as colaborações e parcerias que temos estabelecido e orgulhosos do nosso trabalho.

MD – E recentemente mais um protocolo foi estabelecido entre a associação e o município. Em que consiste?

O protocolo que estabelecemos este ano 2016 é igual ao de 2015. No âmbito desse protocolo levaremos às 14 freguesias um espectáculo de teatro profissional e faremos a II MALUGA, a Festa da Marioneta Luso-Galaica. Mas o nosso trabalho vai além do estabelecido nesse protocolo.

MD – Por que foi a Krisálida escolhida para este protocolo?

Não podemos responder a essa pergunta, mas suponho que o projecto que apresentámos, muito mais completo que aquele que foi estabelecido em protocolo, tivesse despertado interesse ao município na medida em que propunhamos um trabalho de criação de públicos, quer pela oferta de espectáculos nas freguesias, quer pelas formações de crianças e adultos que nos propunhamos fazer de forma a descentralizar e democratizar o acesso ao teatro a todos os caminhenses.

MD – Não consideram uma injustiça perante todas as outras associações do concelho? É que estas não têm a mesma oportunidade e, segundo se sabe, do município recebem apoios pontuais ou para pagamento de água e luz …

Não, e não achamos que não têm a mesma oportunidade! Qual a associação que faz o mesmo trabalho que nós? Se existe, poderia ter feito uma proposta como nós fizemos, não acha? Suponho que seria avaliada como foi a nossa proposta. Depois, cada associação tem de ser vista dentro da sua missão e objectivos. Não pense que até conseguirmos estabelecer este protocolo não houve muita cedência naquilo que pretendíamos. Mas o nosso trabalho não se resume ao estabelecido no protocolo. Para além do mais, não pense que não fomos escrutinados e avaliados de uma forma que talvez mais nenhuma entidade o tenha sido.

MD – Qual vai ser o vosso próximo espectáculo e em que consiste?

Neste momento estamos a preparar o espectáculo “Neste estabelecimento o cliente tem sempre razão”, uma comédia resultante da 2ª Edição da Oficina de Teatro para adultos, que estreará em Maio (data ainda a confirmar) na SIRA (Sociedade Instrução e Recreio de Âncora), associação que nos apoia nesta iniciativa. Depois andaremos pelas freguesias, nas salas que nos aceitem receber. À semelhança do ano passado, quando estreamos o espectáculo “A que horas passa o autocarro?”, este novo espectáculo é interpretado pelos nossos formandos, uns repetentes da 1ª oficina, outros, elementos novos da 2ª edição.

A 29 de Abril apresentaremos o espetáculo “Infância Adiada”, no âmbito da colaboração com a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, um espectáculo que vai encerrar o ‘Mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância’, no Teatro Municipal Valadares, às 21.30 horas.

Estamos ainda a preparar um espectáculo para a infância que está destinado a crianças dos 3 aos 10 anos e que deverá circular, neste final de ano escolar e no próximo ano lectivo, por todos os estabelecimentos de ensino do pré-escolar até ao primeiro ciclo do ensino básico. Este espectáculo é sobre educação ambiental.

O espectáculo para circular pelas freguesias ainda está a ser preparado, pelo que não gostaríamos de o anunciar antes de termos todos os dados na mesa. De qualquer forma podemos adiantar que será uma comédia e que, à semelhança do ano passado, terá por base a proposta de discussão em torno de alguma inquietação que nos move, enquanto cidadãos e artistas.

Temos ainda a decorrer, até ao dia 1 de abril, as oficinas de teatro das férias da Páscoa, para além das oficinas que decorrem ao longo do ano, quer para adultos, quer para crianças, mas que todos podem acompanhar pela nossa página do facebook (https://www.facebook.com/krisalidaacam/)

 

 

 

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