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Zorro, o Justiceiro fugido em combate!

 

Tal como na tela de cinema, o Zorro era um justiçeiro que tentava pelas suas mãos proteger os desfavorecidos e por acções de justiça. O Zorro de Vila Praia de Âncora que ninguém consegue identificar como pessoa ou pessoas (pois muito se diz), tem como uma das suas missões lutar contra o encerramento da passagem de nível na Travessa do Teatro nesta vila ancorense.

Foto: António Garrido

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Uma missão que, apesar dos anos que passam, em nada tem resolvido as suas pretensões. Segundo conseguiu apurar o Minho Digital, um jovem que a sua identificação não nos foi divulgada já teve como pena, acusado por tentar destruir o muro que serve de encerramento da dita passagem de nível, a punição de um ano de detenção. Assim, como houve algumas pessoas que foram ouvidas em Tribunal.

Este é um assunto que desagrada a um número de habitantes de Vila Praia de Âncora que em nada concordam com este encerramento. Pelo que conseguimos apurar esta passagem servia para encurtar o caminho de pessoas que, por exemplo, se dirigiam para a praia. Por outro lado, os comerciantes daquela rua queixam-se que, à falta de estacionamento, muitos forasteiros estacionavam na parte de baixo, junto à marginal, e atravessavam a linha para se dirigirem aos locais de compra. O prejuízo, mantém-se, pese embora as promessas eleitorais de que «caso fossem eleitos a situação teria um revés».

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A REFER fundiu-se com as  Estradas de Portugal e a nova empresa tem a designação ‘INFRAESTRUTURAS DE  PORTUGAL’. A primeira, nas últimas décadas, tem sido a impulsionadora do encerramento de passagens pedonais (e  outras), niveladas de modo a evitar o risco de acidentes. Assim aconteceu, também, com a já referida passagem de nível. A autarquia de Caminha tem conhecimento desta situação desde o ano de 2009, dando cumprimento ao estabelecido na lei e ao protocolo celebrado entre a REFER e a Câmara de Caminha no ano de 1986. Assim no ponto 6 do referido documento, assinado na altura pelo então Vice-Presidente da autarquia caminhense , previa-se que Câmara autorizasse o encerramento total da passagem de nível ao quilómetro 96,357, ou seja, na conhecida Travessa do Teatro. primeira procedeu ao encerramento.

O Minho Digital abordou Miguel Alves, presidente da Câmara Municipal de Caminha, sobre este tema que começou por nos referir que «houve uma luta constante entre a REFER e o denominado Zorro que seria um colectivo de pessoas de Vila Praia de Âncora que a cada grade ou muro que se levantava,  a vedação era derrubada. A luta foi inglória e hoje  existe um muro de betão que inviabiliza o atravessamento da linha».

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Por outro lado, o presidente não deixa de salientar que os contactos efectuados pela autarquia caminhense e a REFER, e ultimamente com as INFRAESTRUTURAS  DE PORTUGAL  « tem terminado sempre da mesma maneira:  inflexibilidade absoluta para reabertura da passagem nivelada » Argumenta-se « com o impedimento da lei, com a desnecessidade da situação por haver outra  passagem nivelada muito perto e com o risco para as pessoas e disponibilidade para avaliar tecnicamente um investimento a realizar pelo Município para construção de uma passagem desnivelada, inferior ou superior».

No entanto, em relação a esta opção do município sabemos que, quanto à questão do financiamento, a  INFRAESTRUTURAS DE PORTUGAL não fecha a porta a suportar parte dos custos e, ainda segundo Miguel Alves « foi demonstrada abertura para o diálogo  mas não mais do que isso», para depois acrescentar que  «dizem-nos que uma intervenção deste tipo terá sempre que ser coordenada com a obra de modernização da Linha do Minho que se quer iniciar em 2016».

Em finais de Setembro Miguel Alves voltará a reunir com a responsável da empresa para debater este e outros assuntos. Até lá, a passagem pedonal continua fechada com muro de betão, ao qual alguns já chamam de «muro das lamentações» ou o «muro de Berlim.

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Carlos Castro, presidente da junta desta vila refere que a «REFER podia melhorar, esteticamente, o por nós conhecido “muro da vergonha». Quanto à resolução do problema, este autarca  menciona que a Junta de Freguesia a que preside  somente « poderá não deixar cair o assunto no esquecimento, pois tudo o resto está fora do nosso alcance».

Se a acção do Zorro – que nos últimos tempos tem estado calma  – vai regressar ou não, também é uma incógnita!

Castro salienta que uns dos danos causados pelo encerramento desta passagem pedonal é «cortar a ligação do parque de estacionamento e do parque das crianças, renovados há relativamente pouco tempo com os comércios da rua de cima, condenando esta parte da vila e estes comércios da Rua 31 de Janeiro, outrora muito movimentados, ao fracasso e à desertificação». Opinião generalizada dos comerciantes que a nossa reportagem ouviu no local.

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