Compre já a nova edição do livro MINHO CONNECTION

Censos do Lince Ibérico do ano 2020 na Península Ibérica

lince

O declínio das populações de lince-ibérico foi uma constante desde a década de 1950 até, pelo menos, 2004, em toda a sua área de distribuição. A perseguição humana e a escassez  de coelho-bravo foram as principais causas deste declínio populacional, conduzindo a  espécie à beira da extinção.

Por isso, desde o início do século XXI, foram desencadeadas diversas iniciativas de conservação, entre as quais se destacam diversos projetos LIFE, desde 2002 até à data e o início da reprodução em cativeiro, no âmbito do programa de  conservação ex situ. Graças a este grande esforço de conservação, nos últimos anos a  população de lince-ibérico não parou de crescer em número e em relação à sua área de  presença. 

São apresentados os resultados dos trabalhos do censo do lince-ibérico efetuados em  2020 em Espanha e Portugal, realizados pelas administrações ambientais competentes  com a colaboração de entidades não-governamentais que têm vindo a apoiar os trabalhos  de monitorização e conservação da espécie. 

Pela primeira vez desde que existem dados quantificados sobre a população de lince ibérico, foi ultrapassado o número de 1.000 indivíduos registados, o que é um marco muito  relevante no processo de recuperação desta espécie e melhoria do seu estado de  conservação. 

PUB

Resultados 

Em 2020, foram registados 14 núcleos populacionais de linces, um dos quais em Portugal  (Vale do Guadiana) e 13 em Espanha – Andalucía com cinco núcleos, Castilla-La Mancha  com três e Extremadura com cinco. 

O total de exemplares registados durante 2020 em toda a área de distribuição ibérica foi de 1.111, repartidos entre Portugal (140-12,5%), Andalucía (506-45,5%), Castilla-La  Mancha (327-29,4%) e Extremadura (141-12,6%). 

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

 

Os valores fornecidos pelos censos de produtividade para crias nascidas / fêmeas  territoriais, foram, para Portugal de 2,3, enquanto os resultados médios para Espanha  foram de 1,7. Para as comunidades autónomas espanholas, as proporções foram as  seguintes: Andalucía, com 1,3 crias nascidas por fêmea territorial; Castilla-La Mancha, com  3,1 crias e Extremadura, com 1,2 crias por fêmea territorial. 

PUB

A razão entre machos / fêmeas maduros e imaturos (razão sexual) registada foi de 1,04 a  favor dos machos (330 fêmeas / 346 machos). 

 

PORTUGAL 

Para Portugal, com um núcleo populacional situado no sul do país, denominado Vale do  Guadiana, foi estimado um total de 140 exemplares durante 2020, dos quais 80 são  indivíduos adultos ou subadultos (>1 ano). Este número inclui 26 fêmeas  reprodutoras/territoriais, que geraram 60 crias durante a temporada de 2020. 

PUB

 

ESPAÑA 

Andalucía

 

Por comunidade autónomas, a Andaluzia possui cinco núcleos de reprodução, com um  total de 506 exemplares registados durante a temporada de 2020, distribuídos nos  seguintes núcleos: Andújar-Cardeña (Jaén e Córdoba) com um total de 216 indivíduos  registados em 2020, dos quais 140 são adultos ou subadultos, e entre eles 53 fêmeas  reprodutoras e 76 crias. Doñana –Aljarafe (Sevilla-Huelva) tem 85 indivíduos, dos quais 71  são adultos ou subadultos – com 20 fêmeas reprodutoras – e 14 crias. Guarrizas (Jaén)  integra 140 indivíduos, dos quais 95 são adultos e 45 crias. Guadalmellato (Córdoba) tem  um total de 51 indivíduos registados, dos quais 35 são adultos e 16 crias, contando com 16  fêmeas reprodutoras. Finalmente, a área de Sierrra Morena Central abriga um total de 14  exemplares registados em 2020, dos quais oito são adultos, incluindo duas fêmeas  reprodutoras que produziram seis crias.

 

Castilla-La Mancha 

A comunidade castelhana-manchega possui três núcleos de reprodução. Com um total de  327 exemplares registados durante a temporada de 2020, Montes de Toledo (Toledo)  apresenta um censo total de 145 exemplares em 2020, dos quais 76 são adultos. Destes,  21 são fêmeas reprodutoras, além de 69 filhotes cadastrados. A Sierra Morena Oriental  (Ciudad Real) acolhe 107 exemplares no total, dos quais 66 são adultos e, destes, 12 são  fêmeas reprodutoras, com uma produção de 41 crias em 2020. Finalmente, no núcleo da  Sierra Morena Ocidental (Ciudad Real), existem 75 linces, dos quais 38 são adultos -com 14  fêmeas reprodutoras- e nasceram 38 crias. 

PUB

 

Extremadura 

A comunidade de Extremadura conta com cinco núcleos de reprodução em 2020, com um  total de 141 exemplares registados durante a época de 2020. Em Matachel Sur (Vale do  Rio Matachel) foram registados 69 exemplares, dos quais 43 são adultos ou subadultos e,  destes, 22 correspondem a fêmeas reprodutoras, produzindo 26 crias. Em Matachel  Norte, que inclui os subnúcleos de Alange e Hornachos, tem um total de 35 exemplares  registados, sendo 20 adultos e 15 crias. O núcleo Ortigas alberga um total de 20  exemplares, dos quais 14 são adultos, com cinco fêmeas reprodutoras e seis crias. O núcleo  Valdecigüeñas possui sete exemplares, todos adultos, entre os quais há duas fêmeas não  reprodutoras; não se tendo registado reprodução durante a temporada de 2020. Por outro  lado, o núcleo de Valdecañas-Ibores, a nordeste da província de Cáceres, que tem um total  de 10 exemplares, dos quais sete são adultos, com quatro fêmeas reprodutoras e três crias.

 

PUB
  Partilhar este artigo
geral@minhodigital.pt

  Partilhar

PUB
PUB

Junte-se a nós todas as semanas