Editorial

Eleições: teremos o que merecemos!
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Manso Preto

Não espero grandes surpresas nas próximas eleições legislativas!

A crescente abstenção prova, inequivocamente, o cada vez maior afastamento entre eleitores e eleitos.

Talvez uma maior proximidade entre estes, onde todos conhecem as virtudes e fraquezas nesta ‘aldeia’ em que vivemos, seja a razão principal de desconfiança com um aumento assustador de eleitores abstencionistas que, silenciosamente, apresentaram um ‘cartão vermelho directo’. As oligarquias que se revezam nos corredores dos diversos poderes de um sistema em agonia continuam a desencantar um povo que, afinal, tem o que merece…

O crescente clima de corrupção ao mais alto nível político e financeiro, a impunidade perante uma Justiça em que os próprios agentes se descredibilizam perante os cidadãos e mesmo entre si, as estranhas e escandalosas fugas para algures em países que parecem funcionar de forma tribal (tal é a protecção que ali têm) e os prazos em juízo a prescreverem em catadupa, são realidades que ajudam a alimentar este ‘caldo’ em que somos levados a crer no que não queríamos – que há dois tipos de Justiça, a dos pobres e a dos ricos e poderosos!

Mas que não se atribuam destes males apenas os políticos…

Já Voltaire dizia que existem dois tipos de ladrões: «o ladrão comum que é aquele que rouba a sua carteira, o seu dinheiro, o seu relógio; e existe o ladrão político que é aquele que rouba o futuro do cidadão, o seu conhecimento, os seus sonhos, a sua saúde, a sua educação, o seu salário, as suas forças, o seu sorriso, a sua generosidade. A grande diferença entre esses dois ladrões é que o ladrão comum escolhe-o a si para roubar os seus bens, enquanto o ladrão político é você que o escolhe para o roubar.

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A outra grande diferença e não menos importante é que o ladrão comum é procurado pela Polícia, enquanto o ladrão político é geralmente protegido pela Justiça».

Esta é uma definição que data do século XVII e qualquer semelhança não é mera coincidência.

 Caro eleitor:

Antes das eleições, pense bem, ao escolher o seu ladrão.

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