Compre já a nova edição do livro MINHO CONNECTION

Festa de São Geraldo em Cabaços (Ponte de Lima)

A Paróquia de S. Miguel de Cabaços, no dia 5 de dezembro de cada ano, centra as suas atenções no Lugar de Lamas, na capela dedicada ao primeiro Arcebispo de Braga, São Geraldo.

Nasceu em Cahors, região da Gasconha, França, de uma família nobre e profundamente religiosa, em meados do séc. XI. Diogo Geraldo professou, ainda jovem, no mosteiro beneditino de Moissac (França), onde desempenhou os cargos de bibliotecário e mestre. Mais tarde, foi levado pelo Bispo de Toledo (Espanha) para a sua catedral, a fim de aí exercer as funções de mestre e cantor.

Foi nomeado bispo de Braga, em 1096, e quatro anos depois foi a Roma, a fim de obter do Papa Pascoal II a dignidade metropolítica para a Sé de Braga, a título definitivo, uma autonomia que veio a tornar-se fundamental para a independência do Condado Portucalense. O bispo Geraldo era muito próximo do Conde D. Henrique e de sua esposa D. Teresa e, mesmo não havendo documentos que o comprovem, coloca-se a hipótese de ter sido ele a batizar D. Afonso Henriques.

Voltou a Roma, em 1103, a fim de obter confirmação da jurisdição sobre as dioceses de Astorga, Mondonhedo, Ourense e Tui, na Galiza, e sobre o Porto, Coimbra, Lamego e Viseu. Foi nessa altura que recebeu do Papa Pascoal II o pálio de Metropolita, um duro golpe nas pretensões hegemónicas de Santiago de Compostela. Foi por isso que, em 1102, o Arcebispo de Santiago, D. Diogo Gelmirez, e o seu séquito furtaram, durante a noite, as relíquias mais veneradas nas Igrejas de Braga: S. Vítor, Santa Susana, S. Cucufate, S. Silvestre e S. Frutuoso. Estas últimas foram devolvidas, em fevereiro de 1966.

PUB

Num governo curto, mas intenso, levou a cabo reformas eclesiásticas, morais e administrativas; reorganizou a escola da Catedral e o Cabido; deu continuidade às obras da Sé; promoveu a reconstrução da cidade, reerguendo-a de ruínas acumuladas ao longo de séculos de devastações; reorganizou o sistema paroquial nas zonas rurais, com o clero devidamente preparado; recuperou bens eclesiásticos usurpados; reformou o culto e a liturgia com a introdução do Rito Romano. Em suma, reorganizou a diocese, promoveu a vida monástica e deu um novo incremento à Liturgia e à Pastoral.

Faleceu em Bornes, Vila Pouca de Aguiar, a 5 de dezembro de 1108, quando aí se encontrava em visita pastoral. Trazido para Braga, o corpo foi sepultado na capela que ele próprio havia mandado edificar em honra de S. Nicolau, de quem era grande admirador e devoto. Essa capela foi-lhe dedicada posteriormente pelo Arcebispo D. Fernando da Guerra (1418-1467), depois de Geraldo ter sido canonizado. Situada na fachada norte da Sé Catedral, foi remodelada no século XVIII, por ordem de D. Rodrigo de Moura Teles, que lhe acrescentou o retábulo em talha dourada e os painéis de azulejos, em que se ilustram cenas da vida do santo padroeiro.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

No dia de S. Geraldo partilhamos, no final da celebração, os frutos que embelezam a capela. Tal decoração tem a ver com uma lenda, segundo a qual, estando o Arcebispo às portas da morte, rodeado de neve, mas ardendo em calor por causa da febre, pediu que lhe levassem algumas peças de fruta, para apagar a sede e alimentar o seu corpo debilitado. Responderam-lhe que, com aquele tempo invernoso, as árvores nem folhagens tinham, quanto mais frutos. Geraldo ordenou que fossem e procurassem. Espreitando pela frincha da porta, viram que as árvores estavam cheias de fruta. Este episódio ficou conhecido pelo “milagre da fruta”. Esta fruta, depois de abençoada, será levada para os lares dos devotos de S. Geraldo.

(informações recolhidas em trabalho escrito do P. João Alberto Correia)

PUB

PUB
  Partilhar este artigo

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

geral@minhodigital.pt

  Partilhar

PUB
📌 Mais do Lima
PUB

Junte-se a nós todas as semanas