Editorial

NEM MUITO RICOS NEM MUITO POBRES
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Jorge VER de Melo

Jorge VER de Melo

Professor Universitário

(Aposentado)

Diríamos melhor, nem demasiado ricos, nem demasiado pobres.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Analisada globalmente a expansão da pandemia, podemos tirar algumas elações que são até certo ponto, o retrato da desumanização neste planeta.

Reparem que nos países muito ricos deram pouca importância ao distanciamento social, para não prejudicar a economia.

Já nos países pobres tem acontecido algo idêntico porque as pessoas não podem abdicar do seu rendimento pessoal. Por ganharem pouco, não tiveram oportunidade de salvaguardar algum provento para segurança futura.

Ou seja, uns pela ganância do dinheiro e outros pela falta imprescindível dele, acabaram por colocar igualmente, as vidas em risco.

Acontece que nem uns nem outros conseguiram resultados aceitáveis pois acabaram por dar origem a demasiadas mortes.

Tanto o que está a acontecer, em grande escala, nos Estados Unidos como, em pequena escala, no nosso Bairro da Jamaica em plena Grande Lisboa.

Este é um pequeno retrato da miséria provocada por algo que nem sempre corresponde ao valor que lhe querem atribuir.

Apenas como referência complementar, podemos informar que em 28.05.2020, já os EUA tinham excedido a barreira dos 100 mil mortos por COVID-19. O tal país que se intitula ”guardião da democracia”, possuidor do “petrodolar”.

Tem controlado o valor da moeda em quase todo o planeta mas não consegue proteger os seus cidadãos apenas porque apresentam uma escala de valores nas prioridades governamentais que coloca o dólar superior ao Ser Humano. Ou seja, para proteger o dinheiro deixa-se morrer toda essa gente.

Já em Portugal e até à mesma data, em pleno desconfinamento, estão a aparecer casos relacionados com a pobreza de quem trabalha honestamente para ganhar o pão de cada dia. São exemplo os casos da “grande Lisboa” na SONAE MC da Azambuja com 175 positivos, (para já), os 2 mortos com 38 infetados no lar de idosos de Queluz, os infetados do Bairro da Jamaica, etc.

Estas situações estão em oposição às dos EUA porque estamos a mencionar pessoas que na sua generalidade vivem em condições precárias e até sem espaço para um simples afastamento pessoal nas próprias casas e nos transportes coletivos.

Neste momento estão quase todos os países a tentar organizar o desconfinamento da forma menos dolorosa possível para tentarem iniciar, com toda a urgência, a recuperação económica de cada país.

Cá está, mais uma vez, a economia em oposição ao bem-estar de cada cidadão.

Vá lá, aqui no nosso pais até foi correndo melhor do que todos pensávamos, pelos números que nos vão apresentando…

A propósito de números, sabiam que até agora, os homens têm sido menos contagiados do que o sexo feminino? 18.177 mulheres e 13.419 homens.

Todos sabemos que o maior número de óbitos acontece nos idosos acima dos 70 anos ou nas pessoas com alguma deficiência, mas onde acontece o maior número de contaminados é entre os:

– 40 e os 49 anos ————— 5 315;

– 50 e os 59 anos ————— 5 253;

– 30 e os 39 anos ————— 4 736;

– 80 para cima     ————— 4 479;

– 20 e os 29 anos ————– 4 114;

– 60 e os 69 anos ————– 3 484;

– 70 e os 79 anos ————– 2 537;

– 10 e os 19 anos ————– 1 052;

– até aos 9 anos   ————–    626.

Será que o valor do Ser Humano vai vencer o da economia?

Esperemos que a evolução da democracia consiga lá chegar…

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