Editorial

Presos por ter cão, presos por não ter
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Jorge VER de Melo

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Discute-se muito o descrédito dos partidos políticos. Pensamos que ninguém tem dúvidas a esse respeito.

Ora se todos estamos de acordo, temos que unir forças para mudar a situação pois a Democracia está a ser largamente prejudicada com esta postura política.

Os direitos de que usufruem os partidos políticos começam a ser insultuosos perante a situação real de quem não tem dinheiro para pagar a sua casa, fica sem teto ou nem chegou nunca a tê-lo.

Considerando ainda quem não tem dinheiro para comer ou até para pagar os medicamentos que os mantêm vivos, são outras razões para pararmos com todo esse abuso.

Temos uma República porque a generalidade dos portugueses concluiu que era demasiado desperdício o dinheiro gasto na manutenção de uma família real.

Acontece que temos agora o reverso da medalha, se queremos Democracia com República temos que pagar muito caro.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Senão vejamos:

– Segundo a Lei nº 19/2003 de 20 de Junho com rectificações até 2018, têm as seguintes isenções:

  • IRC;
  • Selo;
  • Imposto sobre sucessões e doações;
  • Imposto Municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis;
  • Imposto Municipal sobre Imóveis;
  • Outros impostos no nº 3º do artigo 104 da Constituição;
  • Imposto automóvel nos veículos que adquiram;
  • Imposto sobre Valor Acrescentado na aquisição e transmissão de bens e serviços;
  • Isenção do mesmo Imposto em iniciativas especiais para a angariação de fundos;
  • Estão ainda isentos das taxas de justiça e custas judiciais.

Mediante toda esta panóplia de isenções, digam-me por favor onde está a Justiça da Igualdade Democrática.

Mas há mais, sabe quanto vale cada voto nas Eleições Legislativas?

  1. Em 2019 o cálculo era de 12,6 euros;
  2. Em 2022 já foram de 12,88 euros;
  3. Mas cada voto, na generalidade, rende aos partidos políticos, por ano, + ou – 3,1 euros.

Quer isto dizer que os dois maiores partidos recebem cada um deles entre 35 e 45 milhões de euros, ou mais, caso as eleições corram para maioria absoluta. Claro que todos os outros partidos também recebem uma boa verba, quase sempre na casa dos milhões desde que tenham mais de 50 mil votos para obterem os direitos mínimos.

Há mais:

  • Os partidos parlamentares ainda recebem alguns milhões de euros para as despesas da última campanha eleitoral que terminou;
  • Quem tiver cargos parlamentares obtém outra verba para os seus assessores correspondendo a quatro vezes e meia o indexante do apoio social;
  • A Assembleia da República paga alguns milhões por ano para as remunerações dos funcionários dos grupos parlamentares.
  • Pagam-se ainda outras dezenas de milhões aos partidos, para as restantes eleições.

Tudo isto apenas significa que se os portugueses não votarem, acabam os partidos políticos.

Mas atenção!… Se não votarem naqueles em que minimamente acreditam, sujeitam-se a ter um grupo de malfeitores a governar o país.

Presos por ter cão, presos por não ter.

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