O combate da Coca e de São Jorge foi este ano marcado por record ao nível do tempo de execução e ainda pelo corte das duas orelhas do dragão verde. No anfiteatro do Souto, ao final da tarde de 07 de Junho, o bem e o mau enfrentam-se. A vitória de São Jorge garante um bom ano de colheitas agrícolas.
Paulo Barros, que com 37 anos, combatia pela primeira vez a Coca estava “nervoso” antes e depois do combate. O cavalo Oeste, de pura raça Lusitana também revelava alguns sinais de nervosismo na aproximação à Coca. “Correu tudo bem”, dizia no final, mas ainda manifestava o peso da responsabilidade. “Segundo a lenda, se a Coca ganhar teremos um mau ano agrícola. E isso não queremos”, explicava.
Augusto Domingues fala de “um combate ancestral”, que coloca frente a frente um dragão verde empurrado por cinco homens e um cavaleiro.
PUBO público, que rodeia o anfiteatro natural do Souto grita por São Jorge e aplaude as investidas. Primeiro a personificação do bem tem de espetar a lança três vezes na boca do animal. Depois troca de arma e agarra, das mãos do presidente da Câmara, a espada para lhe cortar uma orelha. Este ano, mesmo junto ao palco, cortou as duas.
GOSTA DESTE CONTEÚDO?
- Não se esqueça de subscrever a nossa newsletter!
Amável Afonso dá indicações ao cavaleiro
Com 68 anos, Amável Afonso já está reformado, mas faz questão de acompanhar o combate, onde participou mais de 30 anos.
PUBAntes do combate vigia a Coca e a filha, e incentiva as crianças a tirar fotos. “Dantes na festa da Coca não se rompia aqui com a gente. Desde que o Governo retirou o feriado que as pessoas foram diminuindo. Ao domingo não há tanta gente”, frisava.
O dragão verde é de madeira, lona e folha de zinco, empurrada por três homens no exterior e um no interior. “Nós vínhamos fardados com a farda da Câmara. Calças e casaco verde e camisa branca. Tenho essa farda em casa como recordação”.
PUB