Tempo perdido

O tempo perdido é aquele que, de alguma forma, podendo ser de grande utilidade, não foi ou é desperdiçado, não fez avançar o que devia e impediu que outros o fizessem melhor.

Tem sido assim em Portugal.

Em 1995, com a vitória eleitoral de António Guterres, este, encarregou-se de traçar o destino de Portugal, desperdiçando tempo e dinheiro até deixar o pântano em 2002.Durante esses longos anos, criou vícios, boys e dívida. Começou aqui o descalabro de Portugal.

Sucedeu-lhe, em 2002, Durão Barroso que em apenas três anos, viu que o país estava de tanga e aproveitou a ocasião para se guindar para a Comissão Europeia. Sucedeu-lhe Santana Lopes a quem o Presidente Jorge Sampaio, por razões que só ele sabe, resolveu apear, apesar de este ter maioria absoluta.

Em 2005, o pais é invadido por cartazes eleitorais, de Sócrates de olhos azuis-esverdeados. Obteve a primeira maioria absoluta para o PS, mas o embuste começava aí, embora estivéssemos muito longe de imaginar os danos que este político iria trazer ao país.

Sócrates foi o responsável pelo desmantelamento de empresas que muito nos orgulhavam, caso da PT.

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Em 2009, Sócrates volta a vencer mas por minoria. Nessa altura, Sócrates já poucos enganava e o país agonizava perante a sua arrogância e pura vaidade. Arrastou, com as suas megalomanias, Portugal para uma penosa banca rota. Demite-se em 2011.

Em 2011 e até 2015, Portugal é governado por Passos Coelho que vence em coligação, as eleições, e a quem a troika encarrega de executar o respectivo Memorando, sem o qual não havia dinheiro para nada. Passos não governou, de acordo com o seu Programa eleitoral, apenas se limitou a gerir de forma, tantas vezes, impiedosa os desvarios e delirius socialistas, para que a troika fosse libertando o os 78 mim milhões de euros que nos emprestou.

Efectivamente, durante os anos da troika, Portugal perdeu a sua independência. Quem paga manda e foi assim em Portugal. A troika pagou e mandou.

Apesar de todos os condicionalismos impostos, Portugal começa a reerguer-se e a sacudir a troika. A economia começa a despertar e os portugueses a animarem-se. Passos Coelho volta a vencer em 2015, mas por minoria. Por essa altura, Portugal estava bem encaminhado, com bons índices de crescimento e liberto do sufoco da troika, e Passos apresentava-se ao pais em condições de mostrar o que valia sem ser coagido pela troika.

António Costa foi, a todos os níveis, o grande derrotado nesse acto eleitoral que, para se livrar do peso da derrota e do eventual fim da sua carreira política, cria a geringonça, implicando com isso o seu bem-estar, mas não a de Portugal e dos portugueses. Pela primeira vez vimos que não é o povo quem mais ordena, nem governa quem vence eleições. Desde aí passamos a ser governados pelo PS, PCP e BE, a meu ver, um precedente perigoso que foi criado, mas o poder por um lado e os ódios da extrema-esquerda, por outro, funcionaram como um lenitivo agregador e de sustento ao governo que tudo fez e em tudo cedeu aos seus sócios para se manter no poder. O país para ele não era nem nunca foi a sua prioridade.

Costa vence sem maioria as eleições de 2019 mas quebrou-se parte da geringonça. E em Outubro de 2021 o parlamento chumba o Orçamento de Estado o que provoca eleições legislativas antecipadas., eleições, a 30 de Janeiro de 2022 que deram a António Costa uma maioria absoluta.

Para Costa foi uma espécie de castigo, porque estava farto, sem vontade de continuar, porque os seu planos passavam por voos europeus.

Daí até o dia 7 de outubro presente, dia em que se demite, foi o caos absoluto. Todos os meses o governo foi noticia, pelas piores razões. Os famosos casos e casinhos multiplicaram-se sem que se visse uma réstia de luz, uma iniciativa estruturante, por parte do governo.

Como aluno de Guterres e de Sócrates, que foi, Costa aprendeu toda a cartilha na arte de enganar, de dar o dito pelo não dito e de procrastinar constantemente.

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A seu lado teve sempre a melhor imprensa, aquela que vale mais que muitas campanhas eleitorais. E tive, ainda, o factor de que, sem nada fazer, as exportações aumentarem, os juros estarem ao nível zero.

Ou seja: Portugal não aproveitou essa conjectura para fazer reformas estruturais e alavancar o país rumo a um desenvolvimento sustentado e agora perante uma crise ameaçadora não temos resguardo possível.

Foram sucessivos anos perdidos a brincar com os portugueses que nunca tinham visto o seu país em tão maus lençóis. O Serviço Nacional de Saúde está um caos, a Habitação não existe, a Educação está pelas ruas da amargura e a Justiça em grande enfermidade.

Costa, tal como os seus antecessores, vai à sua vidinha sem que nada disso o tivesse afectado economicamente nem moralmente.

Tempo perdido.

 

(José Venade não segue o actual acordo ortográfico em vigor).

 

 

 

 

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