Editorial

Vai iniciar o ano letivo 2017/18
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Jorge VER de Melo

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Jorge VER de Melo

Consultor de Comunicação

Recomeçam as dores de cabeça para os pais e encarregados de educação.

Não temos que ser videntes para prever o que vai acontecer no início deste ano letivo:

– Vão faltar funcionários nas secretarias das escolas;

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

– Vão faltar técnicos auxiliares de ensino;

– Vão faltar os professores necessários para lecionar o número de turmas de cada escola;

– Vão faltar os professores necessários e as diretrizes para lecionar o ensino especial.

Esta é a saga habitual que nem o passar dos anos nem a experiência política conseguem corrigir.

Reparem que não estamos a falar das verbas: para a manutenção do edifício, nem para a alimentação dos alunos, nem para o apoio pedagógico, nem para o apoio à medicina escolar, nem os psicólogos fundamentais para a correção de muitos problemas que até surgem logo no início do ano letivo. Claro que existem muitos e por vezes mais graves problemas que ainda nem sequer foram equacionados.

No decorrer dos próximos dias vão surgir soluções atabalhoadas. Vão tentar tapar os buracos deixados por quem tinha obrigação de os resolver antes do início das aulas. Deveriam listar antecipadamente estratégias e solucionar a generalidade dos assuntos, em colaboração: com os professores, os responsáveis das escolas e os responsáveis dos departamentos.

Vão começar a surgir nos estabelecimentos de ensino, “catadupas” de circulares mal redigidas para tentarem tapar o sol com a peneira.

Tudo isto acontece, é bom que se diga, não por culpa dos professores, mas unicamente pela falta de competência de quem tem poder para decidir.

Já lá vão umas dezenas de anos, ainda nos lembramos quando os professores eram uma autoridade respeitada nas escolas e na sociedade, eles decidiam o que era necessário para o bom funcionamento letivo e quase tudo era previsto antes do início das aulas.

Hoje, em lugar disso, exigem-se: relatórios, formações obrigatórias (a maioria sem qualquer utilidade), trabalho de secretaria e outras mordomias sem aplicação prática. Ocupam os professores sem lecionar, em atividades fora da sua formação superior que levou alguns anos a concluir. 

Embora muitas pessoas pensem o contrário, eles tiveram o mesmo número de dias de férias como qualquer trabalhador e em lugar de poderem organizar na escola as metodologias importantes para exercerem convenientemente a sua atividade no novo ano letivo, ocupam-nos nesses trabalhos de secretaria.

Ficam assim obrigados a preparar as aulas e todas as suas atividades profissionais fora das horas de serviço, ou seja, em casa, tirando horas ao descanso e ao convívio com a família.

É isto que as pessoas não se apercebem, que é escondido à sociedade por quem tem interesse em poder: desrespeitar, desmotivar e maltratar os professores.

Se ainda se lembram, desde sempre, esta profissão foi considerada a mais respeitada do país, até que alguns senhores se lembraram, para poupar dinheiro e por inveja de não terem estudado para essa competência, acabar-lhes com a carreira.

Lembrem-se, o bom ensino não se faz com ocupação desmedida nem maltratando quem trabalha por vocação. Ser professor exige muita dedicação, aprendizagem permanente e muito amor à carreira. Sabem porquê?

Porque cada aluno é um Ser Humano diferente, tem um tempo de aprendizagem e uma forma de estar na vida que só o professor pode compreender e dirigir no sentido do futuro daquele aluno.

 

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