Editorial

A barraca da falta de médicos já tem uns bons anos
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Jorge VER de Melo

Andaram mais de uma década a tratar mal os trabalhadores da saúde e agora torcem a orelha porque não têm quem esteja com disposição para os aturar.

A Ordem dos Médicos, alegando que formar mais médicos traria problemas, não permitiram durante muitos anos a admissão de um número suficiente de formandos e agora vê-se o resultado!

O que nos vale são os médicos recém-formados fora do país e os estrangeiros que aparecem por aí, quando não a situação estaria ainda mais gravosa.

Os restantes médicos, numa boa percentagem, foram para os hospitais privados ou emigraram porque aqui têm sido mal tratados e até desrespeitados.

Quanto ao restante staff da saúde acontecem exatamente os mesmos problemas.

Isto até é ridículo! Quando mais necessitamos de natalidade, não há obstetras!…

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Esta gente passa a vida a “dar tiros nos pés!…”

Será que os nossos Governantes acreditam prestar assim um bom serviço à Nação? Nós não acreditamos!…

Já há vários anos nos íamos apercebendo da má gestão governamental na saúde em Portugal:

  • Falta de vagas nos hospitais públicos;
  • Consultas médicas com atrasos de meses ou anos;
  • Operações urgentes com tratamento de não urgentes ou até esquecidas pela quantidade monstruosa de gente em espera;
  • Começa a ser vulgar o falecimento de utentes por falta de assistência, basta ler ou ouvir os órgãos de informação.

Os cidadãos, perante tal pandemónio, tentam desenrascar-se como podem e assim, compram seguros de saúde e recorrem à assistência hospitalar particular. Portanto, só com capacidade económica é que se pode obter a saúde necessária.

Infelizmente continuamos a empurrar o futuro para o abismo da falência social.

É fácil falar em assistência particular para a saúde, mas acontece que a maioria dos portugueses não ganham nem para os medicamentos ou para o aluguer de casa, quanto mais para a saúde em hospitais particulares!…

Ficou bem demonstrado durante a pandemia que uma gestão linear, bem organizada e sem interesses particulares a furar as regras, tudo corre naturalmente melhor. Sem condições é que não!

Mas nesta terra há sempre quem esteja à espera de se governar à custa do mal dos outros.

Agora andam os economistas a afirmar que isto é apenas uma questão de gestão.

Só pode dizer uma coisa dessas quem nunca passou por um hospital público onde mesmo faltando quase tudo vão resistindo com a ajuda da força de vontade e do desenrasque por parte dos profissionais competentes que para cobrirem as necessidades dos outros abandonam a família e depois sofrem as consequências.

Onde é que está a gestão quando os profissionais se perdem no meio de uma total confusão desordenada por falta até de espaço para trabalhar.

E vêm estes Senhores afirmar que é tudo uma questão de gestão?

Quem consegue gerir seja o que for se não tiver condições para tal?

Meus caros, não é a tentar enganar o cidadão que ele deixa de morrer sem assistência hospitalar…

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