Editorial

Jesus Cristo hoje
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Damião Cunha Velho

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Se Jesus Cristo tivesse nascido hoje como viveria ou como seria visto pela sociedade atual?

Sabemos que Jesus era pobre, apesar de ser filho de um carpinteiro, uma profissão com prestígio na época em que nasceu. Há quem não veja os pobres com bons olhos porque não pagam impostos, a grande maioria deles estão desempregados e recebem Rendimento Social de Inserção. Talvez fosse ajudado por uns e perseguido por outros. Até aqui nada de diferente em relação ao tempo em que viveu.

Jesus era solidário, queria ajudar os mais pobres e os refugiados, tal como ele próprio. Pregava a Igualdade, a Justiça Social e o Amor. Certamente, teria uma conta no Facebook onde divulgaria a sua mensagem e pediria dinheiro para ajudar os mais necessitados. Uma conta com milhares de seguidores que se iriam rever na difícil vida de Jesus, mas com poucos donativos porque só os pobres seguem os pobres e os ricos só sabem que existem pobres quando estes lhes batem à porta!

Dada a notoriedade conseguida nas redes sociais e com as CMTVs desta vida à perna, talvez também fosse usado por um qualquer político, tal como fez Constantino, que se aproveitou da história de Jesus quando precisou de unir o seu povo no império romano em decadência. Nada como alguém que pensa nos desfavorecidos. Afinal, eles já são tantos, tendem a crescer e sobretudo porque eles votam, o que mais importa aos políticos.

Talvez tudo piorasse quando se soubesse que Jesus andava por aí a ressuscitar os mortos ou a curar paralíticos sem ter diploma de medicina. A Ordem dos Médicos ou outra qualquer entidade que regulamenta esta coisa de andar a fazer bem às pessoas, ainda por cima sem estar coletado nas Finanças, já lhe tinham instaurado um processo. Ou mesmo a polícia já o teria detido por suspeitas de burla qualificada, apesar de os ressuscitados da morte e da “vida” não apresentarem queixa.

Levado a tribunal, diante de um Juiz, quando dissesse que se chamava Jesus Cristo criava logo um problema burocrático. É que “Cristo” não vem nem dos nomes do pai nem da mãe, José e Maria. Obviamente que Jesus iria contra-argumentar e dizer que “Cristo” significava o Messias, o enviado de Deus na Terra. Uma história longa para ouvidos desconfiados, principalmente quando Jesus dissesse que era filho de Deus.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

É claro que tudo iria parecer demasiado rocambolesco, a roçar o delírio. O Juiz não ia na conversa e sem mais delongas ou testes de ADN, pediria um parecer psiquiátrico e também neurológico, já que Jesus, tal como Deus, também escrevia certo por linhas tortas, um sintoma frequente de quem sofre de Parkinson.

Acredito que Jesus teria sido objeto de muita risota e considerado um caso de loucura pelos especialistas convocados pelo tribunal. Acabaria, seguramente, por ordem judicial, internado compulsivamente num hospital psiquiátrico.

Quem sabe o lugar certo…

Afinal, quando os insanos andam por aí à solta, o lugar dos sanos é no manicómio!

2 comentários

    1. Parabéns pela forma humorística de expor o ponto até ao qual as situações aqui bem abordadas podem ser colocadas.
      Os temas evidenciados têm mesmo muita importância e oportunidade.
      Obrigado

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