Editorial

Commedia dell’Arte
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Arlinda Rego Magalhães

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” Eu abaixo assinado, afirmo solenemente pela minha honra que, cumprirei com lealdade as funções que me são confiadas.”

Provavelmente não seremos fortes, o suficiente, para ouvirmos de novo, alguns políticos conhecidos, proferirem estas palavras, numa eventual tomada de posse.

Não honrar a palavra dada, ceder à corrupção, activa e passiva, vender-se ao poder económico, exercer tráfico de influências, perder a face, e não ser uma pessoa idónea.

Estão reunidas as condições, para a única peça de teatro político, só vista em Portugal! “A crise política”

No teatro político esta é, a primeira Cena, do primeiro acto, da referida peça.

Escrita, orientada, ensaiada, encenada e representada por alguns dos melhores, actores políticos nacionais.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Habitualmente apresentada, discutida e criticada pela comunicação social, “ad eternum”, e sobre a qual, o português comum, ainda não entendeu nada.

Será impressão minha, ou os portugueses estão a dizer à boca pequena, que esta peça é um “déjà vu” ?

Saiem uns actores de cena, entram outros, mantem- se o texto e fica tudo igual!

Não, desta vez não!

Altera-se o cenário e o espaço. Assim como a forma, e o conteúdo  do texto dramático.

Esta poderá ser uma comédia, trágica, mas essencialmente uma comédia.

Poderá transformar- se, numa extraordinária COMMEDIA DELL’ARTE!

Já ninguém aguenta ver a peça anterior!

Desta vez, o povo vai rir e tirar as devidas ilações!

Exigir a verdade, e descobrir os compadrios, divertir-se com os esquemas fraudulentos e as parcerias improvisadas.

Além disso, vai engasgar-se a rir ao conhecer todas as decisões, que  ainda estão camufladas.

Aplaudir fortemente como é óbvio, a restituição do dinheiro mal gasto. O favorecimento de vários lobbies, ou grupos de interesse económico, inclusive nas autarquias, vai ser um festival de gargalhadas.

Depois ao reutilizar os Figurinos, os Acessórios, e os demais apetrechos, da anterior companhia de teatro dramático, incluindo os milhões de euros que esta recebeu, através da bilheteira popular, e dos cofres europeus, até vai limpar as lágrimas de tanta risota. Prometo!

Assim sendo, esta COMMEDIA DELL’ARTE, reunirá rapidamente as condições para avançar!

Tendo como único propósito, ridicularizar as reais necessidades de todos os portugueses, de norte a sul.

Mas desta vez com arte, valor cénico e interpretativo. Será sempre uma comédia, com inúmeras improvisações ao texto inicial e com cacetadas de verdade.

Afinal este novo grupo é essencialmente, composto por saltimbancos!

 

Chegou a hora!

É agora o momento!

A COMMEDIA DELL’ARTE, vai passar na televisão e anuncia:

Prender corruptos, desmantelar lobbies e grupos de pressão.

Obrigar cada culpado, a pagar em  dobro, aquilo que roubou.

E ainda, gastar essas verbas

nas acções urgentes do país real! Saúde, Emprego, Educação, Justiça, Habitação!

Tão divertido! Não se aguenta!

O que eles saltam, de cadeira em cadeira, e fazem malabarismos e correrias.

Outros escondem-se atrás das máscaras, e quase todos caiem no mesmo sítio.

Esperemos que esta peça, tenha ainda mais audiência que a anterior.

É que, promove comentadores e jornalistas e….. dinheiro e o tal poder invisível, que faz girar o país, à volta da luz televisiva.

Parecem insectos encandeados pela luz da vela!

Nestas representações comunicacionais, as televisões perfiladas, passam as mesmas notícias, que são repetidas até ao limite, da capacidade auditiva e cerebral dos neurónios humanos.

Será desta forma, que o tal poder invisível, cansa as pessoas, em lugar de as alertar, para exgirem a resolução dos seus problemas?

 

Mudemos então de estratégia!

A peça representada ao estilo da COMMEDIA DELL’ARTE teve os dramaturgos, produtores, actores, encenadores, figurinistas e ensaiadores que já conhecem.

Mas com os figurinos do avesso,  os acessórios trocados e a mensagem alterada, foi um festival de gargalhadas.

Aos prevaricadores foi aplicada uma pena jurídica, adequada ao delito cometido.

Desta vez a justiça foi célere e eficaz.

Até o Ministério Público, foi avisado e aconselhado a ter cuidado.

Ao público presente, velhos, doentes, crianças, mal pagos e demais sofredores, deixámos a mensagem de melhoras rápidas, e a resolução eficaz dos seus problemas.

Principalmente reestruturar, e definir meticulosamente, todas as intervenções, que visem beneficiar pequenos ou grandes, grupos económicos.

E acima de tudo não facilitar, não permitir de todo, o favorecimento e uso arbitrário dos bens comuns.

Depois não esquecer, nunca mais, os erros políticos, a incompetência, inconsciência e irresponsabilidade de muitos actos políticos.

Finalmente e acima de tudo, não tolerar, a arrogância institucional instalada, após erros graves cometidos de forma intencional.

Viva a COMMEDIA DELL’ARTE!

 

Nota explicativa:

“COMMEDIA DELL’ARTE

Teatro popular ambulante de comediantes italianos, cuja interpretação, envolvia malabarismos, correrias, cacetadas, simulação de encontros secretos e dança cómica.

Os actores usavam meias-máscaras de personagens fixos, e improvisavam, em relação ao texto básico da peça.

As suas comédias trouxeram pela primeira vez, as mulheres ao palco, em lugar dos rapazes adolescentes, vestidos de mulher para os papeis femininos.

Os historiadores supõem, que expressão “dell’Arte”, é alusiva à perícia e dotes artísticos próprios dos saltimbancos, tais como malabarismos, improvisações engraçadas, mímica, etc., significando a arte requerida para a representação.”

2 comentários

  1. Infelizmente é um facto…mas poder-nos-emos considerar responsáveis…
    Um cidadão(ã) inteligente, bem sucedido economicamente, profissionalmente e familiar, será que quer ser político??? NÃO!!!
    Quem quer ser político??? Os cidadãos que…se perdem no percurso da vida e…encontram a política…

  2. As funções que os meus pais me confiaram foi de os honrar, não interessando o que foram ao honram os meus quatro avós.
    Concorda?
    Saúde.

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