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Compartes de Soajo apoiam projetos que o Conselho Diretivo dos Baldios quer candidatar a financiamento

A Assembleia de Compartes dos Baldios de Soajo, reunida no passado dia 23 de julho, autorizou os projetos que o Conselho Diretivo pretende candidatar a fundos comunitários. Mas só depois de elaborado e aprovado o Plano de Gestão Florestal é que as candidaturas poderão ser submetidas.

Para valorizar a área baldia, estão em cima da mesma vários “projetos de florestação, essencialmente folhosas” (os locais de plantação serão definidos em sintonia com os compartes). Segundo foi explicado, dar-se-á prioridade ao desenvolvimento de ações autónomas “inferiores a 75 mil euros”, considerando-se, aqui, em separado, várias iniciativas de plantação, embora haja necessidade de encontrar um equilíbrio, pois “a plantação de grandes áreas implica a perda de receita”, advertiu Cristina Martinho, presidente do Conselho Diretivo. No topo das atividades a planear está o corte de algumas manchas de resinosas. De resto, a extensa área de giesta carece de remoção urgente.

Em paralelo, está em estudo um “projeto de biomassa em parceria com várias associações de Baldios, nomeadamente Cabana Maior, Gavieira e S. Jorge (e outras, eventualmente, como Vale e Lindoso), com o intuito de criar escala”. Esta iniciativa visa aproveitar a lenha/madeira cortada na serra, “convertendo-a em pellets [péletes], espécie de granulado.”

“É um projeto que pode criar postos de trabalho e riqueza para investir noutras coisas que são necessárias em Soajo”, justificou António Amorim.

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Também existe um projeto de educação ambiental em vista. “Queremos pensar nisto com outras entidades, até porque há um protocolo entre a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e a Câmara Municipal para projetos de floresta. Temos de recorrer a entidades que têm esse saber.”

A pensar na recuperação do imenso património que atravessa área baldia, o recém-eleito Conselho Diretivo dos Baldios traça, ainda, como objetivo a reabilitação do conjunto de nascentes da serra para “bebedouros de gado” (bovino, ovino e caprino), assim como da “fauna cinegética.” De acordo com António Amorim, “ainda não há fundos comunitários para esta rubrica, mas os clubes de caça podem a eles candidatar-se”, havendo todo o interesse em estabelecer parcerias para “evitar o desperdício de águas”.

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No mesmo âmbito, também a “recuperação de cortelhos e de casas na serra de Soajo” surge, na ótica dos responsáveis, como um projeto interessante para rentabilizar equipamentos e chamar turistas à serra. No entanto, a candidatura não é para ser feita no ano em curso.

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De igual modo, a criação do trilho de Levada do Poço de Martinhos, com acesso à freguesia, é outro dos projetos a candidatar a fundos comunitários, isto claro se o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas der parecer positivo. “A nossa ideia é fazer um trilho passando por toda a encosta de Ramil e vir ter à Casa de Ramil, tornando-o um ponto de atração turística”, acrescentou António Amorim.

Para suprir uma lacuna detetada no combate inicial a incêndios, pretende a Associação dos Baldios de Soajo “criar pontos de captação de água na serra”. “A título de exemplificação, há um referenciado, em Cova, na corga, ao fundo da casa: trata-se de um ótimo sítio para fazer uma barragem com alguma escala, evitando que os meios aéreos tenham de se deslocar às barragens. Dá inclusivamente para os animais poderem beber”, concretizou António Amorim. No debate que esta questão suscitou, foi sugerido, por António Cerqueira, que a “captação fosse feita no Candeiral (acima de Cova).”

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Outro projeto que decorre da própria ação dos Baldios, limpeza de área da floresta e pastagens, diz respeito “à criação de acessos na serra para permitir melhores acessibilidades, havendo já verbas atribuídas para recuperar os estradões da Seida”, algo que, segundo António Amorim, “reforça a necessidade de fazer a ligação da Travanca ao Batateiro.”

Entretanto, com a nova Lei dos Baldios abre-se uma nova “janela” para o reaproveitamento das casas florestais. “Com a nova Lei, é quase ponto assente que as casas florestais irão reverter para os Baldios. […] Estamos a pensar em recuperar, pelo menos, uma das casas, nas outras, não vejo mal nenhum que as associações soajeiras possam aproveitar estes equipamentos, caso da do Clube de Caça”. Ao desafio lançado, o presidente desta associação, António Cerqueira, revelou disponibilidade para trabalhar em conjunto.

Os objetivos que orientam os projetos a candidatar a financiamento comunitário são a fixação de gente na terra, a atração de turistas, a geração de rendimento e a criação de postos de trabalho.

 

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