Editorial

Incêndios e cheias
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Jorge VER de Melo

Todos os anos lamentamos os problemas causados pelos incêndios e pelas cheias. Mas também estamos sensibilizados para as alterações climáticas globais.

Olhamos apenas para o nosso umbigo, ou seja, tudo que prejudique os nossos hábitos ou os nossos proveitos é imediatamente esquecido ou contrariado com justificações patéticas.

O problema é que a natureza não quer saber das justificações nem da conversa fiada e, sempre que necessário, trata de equilibrar o ambiente a bem ou a mal. Esta é a única verdade dos factos.

Temos sido alertados pela comunidade científica desde há bastantes anos. Foi devidos às suas investigações que a humanidade ponderou como resolver ou simplesmente minimizar, as agressões que temos infligido ao planeta.

A partir de uma certa altura surge a moda “ambientalista”. Muitos desses defensores nem conheciam bem do que estavam a falar, mas mais tarde tiveram oportunidade de verificar que ser ambientalista afinal era realmente importante e foi aí que os políticos se juntaram ao grupo e começaram a preocupar-se, de forma ainda pouco convincente, com o ambiente.

Depois de alertados pelos resultados dos gases de efeito estufa, do aquecimento global e das tragédias resultantes, acontece a criação de instrumentos legais para combater de forma mais eficiente todas estas alterações da natureza.

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Surgem então:

  • Nas Nações Unidas a CQNUMC, Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima de onde emergem vários acordos;
  • O Protocolo de Kyoto em 1997;
  • A Emenda de Doha em 2012;
  • A Plataforma de Durban, em 2011 criou o instrumento jurídico que rege as medidas mitigadoras para a mudança climática.
  • O Acordo de Paris de 2015 conseguiu acionar essas medidas que só entraram em vigor em 2016;

Claro que todos estes acordos foram surgindo com muitos opositores, sendo os principais, Donald Trump dos EUA em 2017 e Jair Bolsonaro do Brasil em 2019.

Fundamentalmente, resumem-se a disciplinar o comportamento dos países industrializados.

  1. São impostas regras que se propõem assegurar um travão no aumento da temperatura média atual;
  2. Aumentar a capacidade de adaptação aos impactos adversos das alterações climáticas e
  3. Criar fluxos financeiros para promover a baixa de emissões de gases de efeito estufa e desenvolvimento de processos resistentes ao clima.

Depois do que se tem feito, não me digam que ainda ficam admirados com os incêndios e as inundações que vão acontecendo por todo o mundo.

Já todos nos apercebemos dos incêndios: na Sibéria, no Texas, na Argélia, inundações: na Turquia, na Índia, na China, etc.

Está comprovado cientificamente que após os incêndios, se tudo não for limpo e organizado convenientemente, surgem cheias e inundações como aconteceram nas ribeiras de Piódão e de Pomares em 2016.

As coisas não aparecem por acaso, mas porque a mãe natureza entende que para nos conservarmos estáveis e saudáveis temos que ser equilibrados.

Não adianta reclamar, contrariar nem pedir ajudas.

Será azar da humanidade?

Nós imaginamos tratar-se de mau comportamento humano perante a natureza!…

Talvez isto se resolva com outra forma de estar e de viver…

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