Editorial

O BRASIL NA FOSSA
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Joaquim Letria

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A juntar aos milhões de miseráveis das favelas das grandes cidades e das áreas campesinas que travam luta sem quartel pela sobrevivência, recorrendo à violência contra os excessos e abusos do asfalto que não tem resposta para os sem terra e despojados trabalhadores rurais e citadinos, o Brasil de Temer conta agora com a infestação nacional do narcotráfico e a crescente influência política e poder dos narcotraficantes.

O desemprego sobe também, exponencialmente, entre a população mais preparada e capaz – aquela que produz milhões de automóveis e electrónica, topo de gama das exportações de grande qualidade de que o Brasil se pode gabar. Na cidade de São Paulo cerca de dois milhões de trabalhadores estão desempregados. O desemprego atingiu cerca de 18 por cento. Chefes de família desempregados são 18,4 por cento. Num só mês a indústria despejou nas ruas de São Paulo mais de 50 mil novos desempregados.

Enquanto aqueles com mais de 25 anos são mandados para casa, o emprego de crianças entre os 10 e os 14 anos de idade (que não trabalham legalmente) cresceu cerca de 14 por cento.

A classe média, como sempre sucede nestes casos, é quem mais sofre com o actual estado de coisas no Brasil. O comércio despede gente e não tem clientes, os filhos deixam de estudar ou acumulam biscates para ajudar a família. Ermenegildo Nascimento dos Reis, aos 16 anos, era recepcionista no meu hotel e este já era o segundo emprego da sua vida.

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