Manso Preto
Jornalista
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Liberdade é o poder que tem o cidadão de exercer a sua vontade dentro dos limites que lhe faculta a lei, constituindo-se em um valor inestimável para o homem, pois o ser livre é mais que um princípio, é um meio e um fim em si mesmo.
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Nascemos para ser livres, dentro daquilo que a sociedade considera minimamente aceitável à sua existência, e como condóminos do que somos, norteamo-nos pela determinação de uma maioria – mesmo que dela discordemos – e assim tem acontecido ao longo da história da humanidade.
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A sociedade impõe regras para que ocorra uma coexistência de épocas, pessoas e valores, tomando sempre como parâmetro aquilo que a maioria estabelece e entende como necessário a uma vida harmónica.
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A liberdade compreende também o respeito que é um acto de consideração, deferência ou reverência, princípio fundamental nas relações, sejam elas quais forem. O respeito é um fundamento onde se alicerçam as bases para uma sociedade mais justa e igualitária e a falta dele conduz-nos ao anarquismo social.
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Fiz estas considerações em função de uma notícia que vi há dias num canal televisivo, cujas imagens mostravam “mamilos livres”. O movimento que promoveu aquela manif de transexuais pretendia chamar a atenção para o direito à diferença, mas também para que as mulheres tenham o direito de aparecer com os seios à mostra, pois os/as seus/suas ideólogos(as) entendem que se ao homem é dada a possibilidade de aparecer sem camisa, as mulheres têm que ter este direito também…
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A reportagem era ‘ilustrada’ com várias ‘mulheres’ mostrando os seios e também ‘homens’ com os peitos à mostra. Estes eram apoiantes da ideia e igualmente entendiam que os seios da mulher não são mais ou menos eróticos que os mamilos masculinos e que só os/as próprios têm o direito de dispor de seus corpos como assim desejarem. Provavelmente, outro dos objectivos era conseguir a adesão do público, ganhar mais espaço nos media e tornar-se tema de acaloradas discussões.
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No entanto, sem entrar no mérito ou não do movimento, não pude deixar de me questionar acerca da relevância do tema e o que esta iniciativa acrescenta à vida de homens e mulheres e qual o resultado prático da mesma dentro da sociedade.
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Se a liberdade é o nosso maior bem e o respeito seu fiel escudeiro, não creio que a manif tenha alguma validade para o nosso quotidiano e em especial a um público cada vez mais jovem que também tem acesso às redes sociais e à internet.
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Muitas das vezes, o feitiço vira-se contra o feiticeiro. É parar e pensar!