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Parque eólico flutuante ao largo de Viana em vias de voltar a operar

Plataforma eólica

Após um acidente inesperado ao largo de Viana do Castelo que se deveu a uma falha no sistema de flutuação que embateu numa das plataformas, provocando uma rotura num cabo dinâmico e daí o corte de energia, está em vias de ser solucionado.

O Parque Eólico Offshore W.F.A. – Wind Float Atlantic, detido e explorado pelo Consórcio WindPlus, em conjunto com a EDP Renováveis (54,4%), ENGIE (25%), Repsol (19,4%) e Principle Power Inc. (1,2%), é a fase pré-comercial da tecnologia WinFloat, testada durante 5 anos com êxito total, 5 Kms ao largo da Aguçadoura, entre 2012 e 2016, com uma estrutura semelhante e um aerogerador de 2MW.

O W.F.A. é constituido por três estruturas cerca de duas vezes e meia maiores, suportando cada uma um aerogeradorde 8,4 MW, com uma capacidade total instalada de 25 MW.

A primeira das três plataformas do projeto WindFloat Atlantic foi conectada com sucesso no dia 31 de dezembro de 2019, após a instalação do cabo que percorre os 20 quilómetros de distância entre o parque eólico e a estação instalada em Viana do Castelo.

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Com a chegada e ligação das outras duas plataformas o WFA ficou operacional no Verão de 2020.

A energia produzida é injectada na rede da REN através de um cabo de alta potência, cabo exportador, assente no fundo marinho, que a recebe das plataformas e aerogeradores através dos chamados cabos dinâmicos de média potência, que por sua vez se ligam através de um “conector” assente no fundo, ao cabo exportador.

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Os citados cabos dinâmicos estão em suspenso, fazendo um trajecto desde o fundo até à plataforma, e são “sustentados” por um sistema de flutuação.

O sinistro ocorrido deveu-se a uma falha do citado sistema de flutuação, permitindo ao cabo embater na estrutura de uma das plataformas, provocando uma rotura no cabo dinâmico e o consequente corte de energia.

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A reparação deste cabo tem de ser efectuada com o envolvimento de Support Vessel especializado na colocação e reparação de cabos em offshore.

Passou por Viana do Castelo na semana passada, procedente de Algeciras e a caminho da Escócia um desses navios, o Deep Vision, que foi ‘chamado’ a efectuar um reconhecimento da situação ao coincidir com a sua passagem ao longo da costa nortenha, tendo estado 3 dias junto das plataformas, após o que prosseguiu viagem.

A reparação do cabo dinâmico danificado, a ser efectuada quando os danos estiverem bem referenciados por observação em curso de mergulhadores, será muito provavelmente efectuada pelo Support Vessel Noruegês Bourbon Orca, que já esteve envolvido na colocação dos cabos do WFA, assim as condições meteorológicas o permitam. 

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Parque eólico atinge produção “45% acima do esperado”

 

A primeira ligação às turbinas eólicas flutuantes garantiu 8,4 MW. Porém, as três turbinas eólicas flutuantes produzem a energia necessária para dois terços da população do concelho de Viana do Castelo.

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No consórcio Windplus, que é liderado pela EDP, há a expectativa de que o novo parque eólico abra caminho a um novo filão na produção das energias renováveis, até porque, ao contrário das versões fixas que são instaladas com perfurações no solo marinho, as turbinas eólicas flutuantes podem ser construídas em terra para depois serem rebocadas como qualquer outra embarcação até ao mar alto. O que, além de reduzir custos e complexidade, permite instalar de forma célere turbinas eólicas em locais mais remotos.

 

As plataformas do WindFloat Atlantic estão ancoradas com correntes no fundo do mar a mais de 100 metros de profundidade. Além disso, são desenvolvidas para que possam ser movimentadas por rebocadores comuns, ao contrário das instalações fixas que, por serem mais profundas, requerem embarcações mais caras para o transporte.

 

«Entre as inovações deste projeto, é ainda de salientar que a sua montagem em terra permite poupar nos custos logísticos, económicos e ambientais associados à construção marinha. Todas estas vantagens tecnológicas tornam viável a sua replicação em qualquer outra parte do planeta e em maior escala», sublinhou na altura a EDP em comunicado.

 

O WindFloat Atlantic dá emprego directo a 15 pessoas, que asseguram as operações diárias e de manutenção do parque, e possui em terra, um polo de apoio, instalado no Porto de Mar de Viana do Castelo.

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