Editorial

QUESTIONÁRIO PARA HETEROSSEXUAIS
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Jorge VER de Melo

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Jorge VER de Melo

Professor Universitário

(Aposentado)

Este questionário divulgado no início do mês de abril de 2022 para os alunos do 3º ciclo pode ser considerado um autêntico disparate. Está recheado de provocações.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

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Dá a sensação que os autores do inquérito estavam a recolher informações de adultos já com muita experiência de vida e com conhecimentos suficientes para não se deixarem influenciar pelo texto.

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Não podemos esquecer que as crianças nestas idades até aos dezoito anos, estão com imensas dúvidas acerca de tudo que os rodeia pois começam a aperceber-se das dificuldades e dos perigos, principalmente da trabalheira que lhes dará o facto de conseguirem escapar a essas situações e conseguir progredir nos estudos com vista a um futuro risonho.

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Entre essas dúvidas está a aprendizagem e reconhecimento daquilo que entendem ser o sexo, assim como, a sua relação com a família. Vão aprendendo tudo isso com a experiência do dia-a-dia, pelas conversas tidas com amigos e alguns adultos de confiança entre eles, os pais e os professores.

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Mas as dúvidas nestas idades são tantas que chegam por vezes a por em causa a sua própria existência.

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Será que vale a pena tanto sacrifício? Esta é a pergunta mais repetida e menos apoiada.

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Este inquérito surge na sequência da Lei n.º 60/2009 de 06/08 que regulamenta a obrigatoriedade da inclusão da educação sexual no ensino obrigatório.

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Então vejamos quais as questões abordadas no tal questionário: https://www.minhodigital.com/sites/default/files/styles/panopoly_image_original/public/mediafiles/pagina_principal.jpg?itok=go8Y4Snu

  • O que causou a escolha da heterossexualidade do aluno;
  • Quando decidiu que era heterossexual;
  • Se é possível que essa heterossexualidade lhe passe quando crescer;
  • Se é heterossexual por sentir medo da reação das pessoas do mesmo sexo;
  • Será de confiar nos heterossexuais quando alguns deles têm problemas mentais;
  • Porquê divulgar a heterossexualidade dele se não se sentir como tal;
  • Se a maioria dos abusadores sexuais são heterossexuais, deves duvidar do comportamento dos educadores heterossexuais;
  •  Se os heterossexuais se divorciam tanto é porque não são pessoas estáveis.

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Não transcrevemos o questionário por questões éticas, mas ele está divulgado na internet em vários endereços, entre eles o que segue no início desta sequência.

Como se verifica, este inquérito não passa de uma forma de divulgação de comportamentos desviados do ensino da sexualidade e não como aconselha a Lei anteriormente mencionada.

Reparem que além de faccioso e influenciador, não cumpre minimamente aquilo que do Decreto Lei exige especialmente no artigo 2º Finalidades:

“Constituem finalidades da educação sexual:

a) A valorização da sexualidade e afetividade entre as pessoas no desenvolvimento individual, respeitando o pluralismo das conceções existentes na sociedade portuguesa;

b) O desenvolvimento de competências nos jovens que permitam escolhas informadas e seguras no campo da sexualidade;

c) A melhoria dos relacionamentos afetivo-sexuais dos jovens;

d) A redução de consequências negativas dos comportamentos sexuais de risco, tais como a gravidez não desejada e as infeções sexualmente transmissíveis;

e) A capacidade de proteção face a todas as formas de exploração e de abuso sexuais;

f) O respeito pela diferença entre as pessoas e pelas diferentes orientações sexuais;

g) A valorização de uma sexualidade responsável e informada;

h) A promoção da igualdade entre os sexos;

i) O reconhecimento da importância de participação no processo educativo de encarregados de educação, alunos, professores e técnicos de saúde;

j) A compreensão científica do funcionamento dos mecanismos biológicos reprodutivos;

l) A eliminação de comportamentos baseados na discriminação sexual ou na violência em função do sexo ou orientação sexual.”

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No nosso entendimento este inquérito não passa de um perigoso disparate.

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Não será isto desinformação?

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