Editorial

TAMPAS DE SANEAMENTO NA TRILHA DO RODADO DAS VIATURAS
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Jorge VER de Melo

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Jorge VER de Melo

Consultor de Comunicação

Quando circulamos nas nossas estradas em qualquer meio de transporte, especialmente aqui no Minho, deparamo-nos com um problema que nunca me foi devidamente justificado, são as tampas de saneamento colocadas no piso, normalmente a meio da via ou na trilha do rodado das viaturas.

Acontece que tenho viajado por alguns países de vários continentes e já vi de tudo, mas nos mais civilizados é raro acontecer o que se passa em Portugal.

O que me é respondido por especialista do setor é que os esgotos seguem em troços retilíneos necessitando de acessos fáceis de ambos os lados da rua.

É compreensível, mas o local das tampas e o facto de elas se encontrarem normalmente desniveladas da camada betuminosa não me parece que ajudem qualquer justificação. Se verificarmos o que se passa em Espanha, aqui tão perto, as tampas fazem parte dos acabamentos da obra e por isso são colocadas apenas no final, devidamente niveladas e com grelha de drenagem.

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Bem sei que na generalidade das obras os canos já lá estavam antes da estrada ser reconstruída, mas os tempos evoluem e as necessidades também.

Outra das afirmações de alguns entendidos é que tendo casas de um lado e do outro da estrada, onde vão fazer o buraco? Eu responderia, onde fosse mais seguro e mais prático para a resolução de problemas futuros. Com toda a certeza que não é seguro no meio da estrada pois por essa razão já têm surgido imensos acidentes mortais. Também não é prático porque para resolver qualquer pequeno problema têm que cortar o trânsito ou colocar operários em situação perigosa.

Em princípio, talvez fosse necessário rever a rede de esgotos quando se efetua uma obra importante num piso de qualquer via até porque o número de habitações tem crescido imenso e o sistema de drenagem e tratamento de esgotos está cada vez mais evoluído no sentido ecológico, porque não também no sentido ergonómico?

Quando se coloca o problema de alterar o alinhamento das tampas raramente é tomada em consideração a possibilidade de ser feito nos passeios ou na berma das estradas. Será que outros valores se levantam? É que quando surge qualquer avaria temos mais uma via destruída cuja recuperação passa pela reconstrução total do piso. Ora isso acarreta obras que podem envolver determinadas pessoas cujos interesses podem ter que ser protegidos…

Esta gincana permanente com 3 e 4 tampas seguidas vai ter que acabar, até porque já não há dinheiro para esbanjar em obras desnecessárias, basta que exista alguma coordenação com o sentido único do respeito pelo cidadão comum. É que as viaturas não aguentam situações destas. As suspensões, as direções, os pneus e até os chassis não resistem, isto origina despesas monstruosas e perigos desnecessários.

Inclusivamente a própria lei regulamentar tem que ser alterada pois já está totalmente fora da realidade, senão vejamos:

Artº 136 do Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de Água e Drenagem de Águas Residuais:

1º- Na generalidade dos arruamentos urbanos, a implantação dos coletores deve fazer-se no eixo da via pública.

2º- Em vias de circulação largas e em novas urbanizações com arruamentos de grande largura e amplos espaços livres e passeios, os coletores podem ser implantados fora das faixas de rodagem mas respeitando a distância mínima de 1m em relação aos limites das propriedades.

Artº 155 – Câmara de Visita – Localização:

1- É obrigatória a implantação de câmaras de visita:

a) na confluência dos coletores.

b) nos pontos de mudança de direção, de inclinação e de diâmetros dos coletores.

c) nos alinhamentos retos, com afastamento máximo de 60m e 100m, conforme se trate, respetivamente, de coletores não visitáveis ou visitáveis.

Por aqui se confirma que não existe qualquer referência ou cuidado especial para com o cidadão, apenas interessa tornar aquele trabalho mais fácil e rápido para eles. E os outros?

Se não sabem como modificar o sistema, pelo menos copiem por quem faz bem este trabalho nos outros países.

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