Editorial

TEMO QUE O PSD POSSA DESAPARECER
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Damião Cunha Velho

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Damião Cunha Velho

Professor

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O PSD é um partido fundador da democracia, importante para que haja estabilidade democrática e uma alternativa de poder.

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O PSD elegeu, no sábado passado, Luís Montenegro para presidente do partido.

Porém, António Costa ainda vai estar no governo mais quatro anos e com maioria absoluta. Isto se Costa resistir à tentação de ocupar um lugar de destaque na política europeia.

Estes quatro anos vão ser extremamente difíceis para Montenegro e o novo presidente do PSD pode ser carne para canhão como aconteceu com Fernando Nogueira quando sucedeu a Cavaco Silva.

Só que agora ainda é pior do que no tempo de Nogueira, para o PSD. Vivemos num novo contexto político e num novo paradigma mundial devido à guerra na Ucrânia.

 

A aritmética do parlamento está a mudar e ainda vai mudar mais.

À esquerda, o PCP e o BE tenderão a desaparecer o que beneficia o centro de esquerda, ou seja, o PS.

À direita, a IL pode vir a ter uma progressão enorme. Tem bons quadros e uma imagem e comunicação novas e apelativas. O Chega também pode crescer mas não muito porque penso que está muito perto do seu teto.

Quem perde com isto é o PSD porque o aumento destes partidos à sua direita, em princípio, será com os votos de quem costumava votar no PSD.

 

Está, portanto, o PSD nunca situação aflitiva, asfixiado à direita e sem hipóteses à esquerda.

Só um líder muito carismático poderia salvar o PSD e Montenegro não é propriamente Sá Carneiro.

 

Também tudo vai depender de quem vai suceder a Costa. São várias as hipóteses: Pedro Nuno Santos, Medina, Marta Temido, Mariana Vieira da Silva ou Alexandra Leitão de que ninguém fala mas para mim a mais competente política neste momento para suceder ao atual primeiro-ministro.

Também podem surgir independentes que cativam aqueles que estão há muito fartos destes políticos e destes partidos de sempre.

Em França, o Partido Socialista desapareceu com Mácron.

Em Portugal, exatamente porque vivemos noutro contexto político, o CDS também desapareceu em benefício da IL e do Chega.

 

Portanto, o PSD também pode vir a ficar residual ou desaparecer. E digo com pena porque os partidos do centro são quem impede o crescimento dos extremismos.

Tanto PS como PSD são importantes para essa luta que se avizinha cada vez mais difícil, basta olhar para a Hungria agora ou para a França nas próximas presidenciais.

Diria exatamente o mesmo se o PS estivesse na situação do PSD. Estes dois partidos tal como o CDS fazem falta à democracia.

 

O CDS não voltará e, por tudo o que referi, o PSD pode seguir o mesmo caminho.

E, a hegemonia de um só partido, seja ele qual for não é bom para o país. Cria vícios, perde autocrítica e passa a sentir-se dono de uma casa que não é a sua.

 

É assim que se constrói o poder absoluto!

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