Editorial

Velhos não, usados!…
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Jorge VER de Melo

Esta mania de chamar velhos a quem tem mais de sessenta anos, já acabou há muito tempo.

Podemos deduzir que chegou uma faixa social diferente das restantes. Trata-se, como já alguém lhe chamou, “uma nova geração de pessoas que não aceita a palavra velho.”

Esta é talvez a grande novidade surgida ainda no século XX. Foi logo após a descoberta da adolescência que se aperceberam existir uma nova postura do Ser Humano totalmente oposta à adolescência, são os indivíduos com mais de sessenta anos.

Vamos comparar:

– Enquanto que o adolescente, entre os catorze e os dezassete anos, fica normalmente oprimido ao dar conta do crescimento do seu corpo, não sabe o que fazer com todo aquele tamanho nem como se vestir para poder ser notado e respeitado pelos restantes adultos.

– Já esta nova geração de pessoas, com mais de sessenta anos, depois de uma vida inteira a trabalhar para alguma produção social, sentem-se realizados por tudo o que aprenderam e construíram. Resultou daí um também novo conceito de trabalho alicerçado no longo tempo de prática da vida.

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Por essas razões e por muitas mais eles não aceitam o facto de alguém querer desvalorizar toda essa realização, chamando-lhes velhos.

Pois se conseguiram encontrar a profissão que desejavam, evoluir como pessoa, ganhar para uma manutenção estável e ainda atingir a reforma, sem dúvida que é uma realização para qualquer Humano.

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Na generalidade não se trata de gente acomodada com uma vida a terminar, mas sim de alguém possuidor de grande capacidade de conhecimentos e experiência em variadas áreas que lhes oferecem a garantia de menor possibilidade de erro em tudo que pretendam fazer.

Só que, algumas pessoas temendo concorrência tão forte, em lugar de se aliarem a quem tanto sabe, tentam enfrentá-los inventando processos de os “colocar em prateleiras” sem qualquer atividade útil, apenas chamando-lhes velhos (única justificação apresentada).

Claro que a energia de outros tempos se vai dissipando, mas o conhecimento e as experiências ficaram.

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Há quem afirme que o cérebro humano funciona como a memória do computador, por estar demasiado cheia demora mais tempo a resolver.

Para poder acumular mais conhecimento vai deitando fora o que entende ser menos útil,  daí os esquecimentos ou até a confusão na narração de alguns factos.

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A verdade é justificada pela história que nos mostra sempre ter existido o “Conselho dos Velhos” para o Governo de qualquer país. Sem eles com a sua histórica experiência, os assuntos mais delicados não teriam soluções tão sólidas.

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Veja-se, quando os Governantes fogem a estas regras, normalmente só sai asneira com prejuízo para a humanidade, (comportamentos: do Hitler, Napoleão, Putin e tantos outros).

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Com o simples cidadão acontece exatamente a mesma coisa, se alguém tenta avançar com resoluções aventureiras, sem o apoio e a correção dos erros cometidos durante a história das vidas de cada um, de cada cidade, de cada país, de cada região, de cada continente:

– O final será sempre trágico…

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Lembrem-se de quantas estrelas de cinema, do desporto ou da música terminam repentinamente o seu sucesso ficando na miséria porque não consideraram convenientemente o momento que estavam a viver.

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Por isso esta nova geração a quem alguém chamou sexalescentes, resolve e continuará a resolver todos os seus problemas pesando os riscos e ponderando soluções “sem se sentar a chorar sobre o sangue derramado,” como afirma o ditado popular.

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Velhos, não! Usados e com experiência garantida…

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