Vozes sem rostos que oferecem as suas companhias em Ponte da Barca

Eles são a companhia de centenas de pessoas que encontram nas suas vozes o bem-estar que minimiza a dor da solidão com a qual convivem diariamente. São aquelas vozes que confortam a alma dos ouvintes, são aquelas vozes que fazem – muitas vezes de forma altruísta – um trabalho social admirável, de companhia, de apoio e de animação. Elas são algumas das vozes que formam a equipa da Barca FM, e o MD conviveu com eles alguns dias para conhecer bem de perto o trabalho que estes locutores fazem. Um trabalho de grande valor, mas nem sempre reconhecido!

As manhãs na rádio começam muito cedo, não importa qual o estado de ânimo que os radialistas possam ter. Os ouvintes estão à espera da companhia de sempre, com a alegria de sempre e a boa disposição de sempre. Eles, os locutores, já conhecem as vozes dos ouvintes que ligam diariamente para fazer os seus pedidos musicais, para dar os parabéns a algum familiar ou, simplesmente, para os cumprimentar. O ofício da comunicação já se tornou experiência para todos eles, mas a emoção através das suas vozes ainda é percetível.

Júlio Castro é um dos mais antigos no mundo radialista, com muitos anos de experiência profissional e de vivência pessoal que o fazem ser o homem com aquela voz de tom tão familiar. Uma voz que nasceu para ser ouvida através dos microfones, aquela voz pacificadora, que até a contar uma anedota faz-nos sentir aconchegados.

Ele, o homem do ‘Bom dia Minho e da Barca da Saudade’, é também o homem dos afetos. Sempre com uma palavra amiga, mas também com uma anedota pronta para fazer rir quem se cruza com ele no seu dia-a-dia. O seu saber vai muito mais além dos anos de trabalho à frente dos microfones, é um saber rico em experiência, gosto e muitíssimo talento. “Já tenho muitos anos de rádio. Aqui na Barca FM só estou há três anos, mas já trabalhei nas Ondas do Lima e noutras outras rádios”, diz. E assim, a contar-nos um pouco da sua história, sem ânimos de superioridade, ficamos a saber do seu percurso e do traquejo que o faz ser quem é – uma referência!

Mas nesta grande família, que é a Barca FM, existem outras vozes, igualmente encantadoras, que também alegram e acompanham os muitos ouvintes que existem pelas aldeias e vilas desta região do Minho. Uma dessas vozes é feminina e com um sotaque bem tropical. O seu nome: Sandra Moreira. Uma voz alegre, cálida, mas refrescante. Também tem no seu curriculum muitos anos de experiência e desde sempre tem alegrado o público barquense com o seu programa ‘Barca no Ar’. É a mulher dos ‘parabéns’ e das ‘boas novas’. A mulher dos afetos e dos pedidos musicais mais caprichosos. Recebe sempre com carinho e boa disposição cada um dos ouvintes. Esta é a Sandrinha, como é chamada carinhosamente por muitos daqueles que a ouvem.

Este duo de vozes ainda não está completo; falta outra, igualmente importante e experiente.

Também é uma voz feminina, serena. É a voz que faz as ‘Tardes de Sucesso’ e que está na Barca FM quase desde a sua criação. Ela é a Fátima Oliveira, uma mulher afável e sempre pronta a ajudar. Uma mulher que transmite uma serenidade admirável. Quando lhe perguntamos como é que consegue gravar e mexer no programa de edição de uma maneira tão veloz ela sorri e diz que “já são muitos anos nisto, 27 específicamente. A experiência ganha-se com a prática e nós aqui já temos muita prática”, afirma com tom alegre.

E é com esta alegria que trabalham diariamente. Apesar das vicissitudes, e dos contratempos pessoais, eles entram todos os dias nas casas dos seus ouvintes e oferecem aquilo que de melhor eles têm: profissionalismo, entrega, experiência e acima de tudo companhia.

São as vozes sem rosto que fazem um trabalho social admirável. Naquelas aldeias um pouco esquecidas do Minho, dia após dia há um idoso que ri com as anedotas contadas e relembra a sua juventude com as músicas antigas que ouve e que o fazem sonhar. Ou então, fica contente por ligar para participar num passatempo qualquer e é tratado pelo seu nome, é reconhecido. Isto para pessoas que, muito provavelmente passam os seus dias e noites sozinhas, vale muito, e é ali que os locutores desta rádio se tornam importantes e uma peça fundamental na vida dos ouvintes que os seguem dia após dia.

É esta a missão que eles têm. É o trabalho deles, mas fazem-no com carinho, dedicação e de maneira abnegada. Não importa quão cansativa seja a rotina! Eles sempre estão ali, por trás da consola e do microfone para acompanhar, para alegrar e também para ouvir. São dignos de admiração e de reconhecimento porque não existe nada mais agradável de ver do que alguém a fazer o seu trabalho, acima de tudo, com respeito e generosidade. Um autêntico serviço social, público.

A todos eles, uma palavra de reconhecimento pela luta constante que travam para manter, acima de tudo, a proximidade com o seu público. São pessoas como o Júlio, a Sandra, a Fátima e os restantes integrantes da equipa da Barca FM, que fazem desta rádio, a mais ouvida no Alto Minho.

É graças a eles que a Barca FM é a rádio com mais emoção!

Bem-haja a todos!