Editorial

O Hamas e Israel cavaram um cemitério de inocentes em Gaza!
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Damião Cunha Velho

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Depois da segunda Guerra Mundial, os governantes e os cidadãos optaram pela Paz como regra, ao contrário do que acontecia até então, em que a Paz era a exceção, um intervalo curto entre as guerras.

A guerra passou a ser vista como inconcebível pela maioria das pessoas e os Estados contiveram essa vontade de fazer guerras. Graças a esta Nova Paz, o mundo progrediu imenso do ponto de vista económico, científico e social.

Com os terroristas, isso não aconteceu, ficaram na Idade Média seguindo a Lei da Selva.

A guerra é a sua razão de existir, aquilo que dá sentido à sua vida, e espalhar o terror é a forma de guerrear. Quanto mais macabro o cenário, mais eficaz a sua luta. Agem desta forma porque não têm o poder de um Estado. Continuam exatamente assim no Médio Oriente, fracos e sem escrúpulos como se viu no 7 de outubro.

O judeu israelita Yuval Harari, historiador e escritor, compara os terroristas a uma mosca a tentar destruir uma loja de porcelanas. A mosca de tão fraca que é, é incapaz de partir uma única peça, mas, ao zumbir no ouvido de um touro faz com que este enlouqueça até ao ponto de ficar tão enraivecido que parte todas as porcelanas e destrói a loja.

Com esta metáfora, Harari mostra que é através da reação desproporcional do “touro” que os terroristas atingem os seus objetivos, que de outra forma jamais alcançariam.

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Aconteceu com os EUA no Iraque ao vingarem o ataque às Torres Gêmeas. Os americanos mataram Saddam Hussein e destruíram o Iraque, algo que os fundamentalistas islâmicos, por si só, não eram capazes de fazer, no entanto conseguiram.

O Hamas não está minimamente preocupado com os palestinianos. Tanto é que os usa como escudos humanos e quantos mais palestinianos morrerem de forma chocante, melhor publicitam a sua mensagem. Os soldados do Hamas estão dispostos a morrer em nome de uma causa em que acreditam. Se morrerem a matar os “hereges”, só têm a ganhar. A sua morte torna-os mártires. Pois, acreditam que assim terão garantido a vida eterna no paraíso.

Se Israel aniquilasse apenas o Hamas, e bem, ganhava esta guerra. Acontece que Israel está a destruir Gaza, a matar milhares de crianças, a matar milhares de inocentes, tal como o Hamas tem feito com israelitas e palestinianos. Esta atuação, mesmo que elimine o Hamas, levará Israel a perder a guerra.

Portanto, já temos dois derrotados. O derrotado de sempre: o povo palestiniano, e Israel que não se tem comportado como um Estado de Direito ao violar sistematicamente as leis da guerra e o direito internacional. No fundo, está a agir de forma não muito diferente do Hamas, sendo que de um grupo terrorista não se pode esperar nada de bom, nem retidão, já de um Estado democrático exige-se ética e retidão.

Depois do que aconteceu a 7 de outubro, Israel perdeu a oportunidade de mostrar que é diferente, sabendo pela própria história de sobrevivência do seu povo, que ódio semeia ódio e que, semeando ódio, o terrorismo sempre volta.

Assim, infelizmente, uma solução de paz entre Israel e a Palestina é cada vez mais uma miragem porque Israel, como salienta Harari, fez com que a Lei da Selva regressasse em força!

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