Num lugar único e aconchegante, as mães da guerra têm um coração novo, a bater forte no seu corpo.
Tudo à sua volta é morte e destruição, mas elas continuam a acariciar a barriga, dizendo ao filho, que tudo vai passar.
As crianças morrem carbonizadas, com os corpos das mães, debruçados sobre elas, a protegê-las.
Outras morrem ainda dentro do ventre materno, porque a mãe foi morta e o embrião, feto ou até o bebé, não subsistiu ao ataque feito à mãe.
Estas mulheres têm um sofrimento inimaginável, a nível físico e emocional.
-Salvem primeiro mulheres e crianças!
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É ainda hoje, o grito de socorro, que se ouve numa tragédia.
Sobretudo quando o risco de vida está eminente.
Ninguém entende a razão da morte, de tantas crianças.
Uma mulher grávida, uma mãe com filhos representa o futuro de um país. Simbolizam a continuidade, a certeza da existência de vida, posterior ao drama vivido.
Se o conflito armado é utilizado, para proteger o povo de um determinado país, porque motivo é que esse povo não protege de imediato os seus filhos?
Quando existe um ataque armado, isso implica uma defesa nos mesmos moldes.
É perfeitamente possível prever, e salvaguardar as crianças e de referência as mães de filhos menores.
Já não é suportável à mente humana, os gritos de dor e abandono dos mais pequenos e o sofrimento e angústia das mães, que só os podem abraçar, fazendo-os sentir o seu calor e beijos molhados de sangue e lágrimas.
O holocausto deixou-nos imagens indescritíveis de sofrimento e horror.
Que ninguém quer ver repetidas!
A fome e a seca dos vários países africanos, marcou a nossa mente, como um ferro quente, marca um animal, que se sente impotente.
As limpezas étnicas, ainda hoje nos agridem, e turvam a visão com as nuvens de cinza, e cheiro a morte e putrefacção dessas paragens.
Mas esta destruição, este massacre continuado, dos mais pequenos e vulneráveis, destrói o que a humanidade tem de melhor.
Os seus descendentes!
Os sobreviventes ficarão sempre gratos pela vida.
Mas também poderão crescer revoltados, com tudo e com todos, e descrentes da existência de amor, nas sociedades.
Eles que até são, os filhos de um amor e sobreviveram.
Porque muitos foram agredidos e muitos mortos, dentro e fora do ventre materno.
Que supostamente, é A Protecção por excelência, de um ser em desenvolvimento.
Até porque, nem mesmo a Inteligência Artificial, conseguiu até ao momento, criar um meio óptimo, para a concepção desenvolvimento protecção e nascimento de uma criança.
As sociedades actuais, mesmo hiper desenvolvidas cientificamente, ainda dependem irremediavelmente da mulher na sua plenitude, e concretamente da sua capacidade de reprodução.
Que eu tenha conhecimento, ainda não existe nenhum protótipo científico de um ventre materno.
Obviamente não estou, de todo, a reduzir o papel da mulher na sociedade, a esta circunstância da maternidade. Estou antes a valorizá-la, através do seu sofrimento terrível, quando está grávida ou é mãe, e tem de proteger estes seres, que transportou no seu corpo, durante nove meses, (não é coisa pouca).
No entanto, a mulher também é profissional, para além de mãe.
E também pode fazer a guerra e fazer a paz.
Só não pode proteger os filhos de um míssil que vem na sua direcção.
E também não exibe a sua maternidade como escudo humano, porque infelizmente alguns terroristas (infelizmente pais de outros filhos), fazem-no constantemente, sacrificando-as duplamente.
Penso que foi Golda Meir, antiga representante israelita que disse:
“Nós podemos perdoar os árabes por matarem nossos filhos.
Nós não podemos perdoá-los por forçar-nos a matar seus filhos.
Nós somente teremos paz com os árabes, quando eles amarem seus filhos mais do que nos odeiam.”
Por isso, sim, a morte e destruição, de pessoas em números incalculáveis, nas duas guerras de carácter político/religioso neste momento, são sem dúvida alguma, a maior atrocidade humana, praticada em pleno século XXI.
O século da inteligência artificial e da Desumanização Internacional.