Começamos a pensar que a geração do século XXI está, na generalidade, apanhada por esta doença.

Ser um pouco egocêntrico é normal, faz parte do posicionamento equilibrado do Ser Humano, mas ter uma postura permanente passa a chamar-se doença, entra na classificação das anomalias que necessitam de tratamento. 

A experiência de vida diz-nos que na luta da sobrevivência somos empurrados, em muitas ocasiões, para situações que nos obrigam a proceder dessa forma. É aqui que o Homem tem obrigação de apelar aos seus princípios humanos e tentar evitar essa atitude.

Mas vamos entender como se formou a palavra:

– Ela tem origem no grego EGÔN “eu” e KÊNTRON “centro”;

– A sua etimologia, já que somos latinos, deriva do latim EGO “eu” e CENTRUM “centro”.

Por isso é fácil concluirmos que um egocêntrico é uma pessoa que imagina ser ele próprio o centro do Universo, ou seja, situa-se no centro da razão de todos os acontecimentos.

Estamos a viver permanentemente situações onde essas atitudes são demasiado notórias, pondo por vezes em causa a economia do país e até a vida das pessoas.

No governo de Sócrates tivemos o egocentrismo megalómano com variadas atitudes:

– Construção de auto estradas paralelas a outras já existentes;

– Eliminação de organismos para de seguida instalar outros que fazem exatamente a mesma coisa mas com outra designação, outras pessoas e manutenção muito mais dispendiosa. Acabando por dispensar os anteriores trabalhadores, com anos de experiência, caso não aceitassem reformas antecipadas ou mudar de local de trabalho para longe da sua residência.

– E por fim, a construção de novas escolas feitas à pressa, sem acabamentos convenientes e com uma manutenção muito mais cara que a das anteriores. Com ar condicionado e aquecimento central que acabaram por ficar encostados a apodrecer por falta de verbas para a sua utilização.

No governo de Passos Coelho tivemos, o egocentrismo económico:

– Venda dos bens públicos ao desbarato;

– Eliminação de organismos para de seguida instalar outros que fazem exatamente a mesma coisa mas com outra designação. Com os mesmos procedimentos de Sócrates, neste caso;

– Aplicação de economias obsoletas como a diminuição das receitas dos cidadãos e aumento dos impostos para beneficiar essencialmente algumas instituições bancárias, mas que resultaram num agravamento da falência financeira provocada pelo governo que o antecedeu.

Presentemente, embora este governo já esteja a tentar alterar o processo, temos como exemplo imediato a forma de comando e orientação do combate aos fogos que têm vitimado imensos portugueses. O egocentrismo político não abdica dessa condição para ceder o comando a quem é da profissão e está preparado com competências inequívocas para o cumprimento da defesa do cidadão.

Tal como são os militares a defender-nos em situações de guerra, também serão certamente os bombeiros quem nos pode defender em situação de fogo. Tentar estabelecer a confusão com pessoas que não são as indicadas, só para impor o egoísmo político, podemos chamar-lhe “ditadura egocentrista”.

Infelizmente esta situação está a provocar demasiados prejuízos e percas de vida. Não acham que já chega de tanto se insistir em algo que apenas pode contribuir para manter em alta o ego de algumas pessoas ligadas à política? Bem sabemos que para eles é difícil distinguir entre a realidade pessoal e a realidade objetiva, faz parte da identificação de egocentrismo.

Ter dificuldade em entender que os outros indivíduos possuem crenças, opiniões e pensamentos diferentes dos seus, é uma característica da segunda infância (crianças entre os 3 e os 6 anos). Conclusões de Jean Piaget acerca do vulgar egocentrismo infantil.

Infelizmente os adultos estão a retroceder no seu procedimento, ficando muito semelhantes às crianças destas idades.

Não será mais proveitoso para todos, passarmos a exercer uma democracia mais evoluída?

Ponderando prioritariamente em favor do cidadão?