É suposto sermos sempre sociáveis, amáveis, escolarizáveis, em suma, razoáveis!
Tem obviamente a ver com o senso comum, a definição de uma pessoa normal.
Senso comum e normalidade fazem o par perfeito!
O problema está na Imperfeição, não é aceitável ser imperfeito, não encaixar no modelo descrito pela norma.
Hoje vamos defender os imperfeitos!
Aqueles que não usam blazer azul com calça bege, e meia preta subida.
GOSTA DESTE CONTEÚDO?
- Não se esqueça de subscrever a nossa newsletter!
Os outros que vestem camisa e imediatamente, dobram o punho e a manga para cima.
Os próximos, aqueles que nunca colocam as mãos atrás das costas, porque a barriguita não cede.
Os de sempre, que dizem alto e em bom som, que os governos se governam.
Os penúltimos aqueles que sentados, nos sessenta e muitos anos, já só querem ter razão e pôr os corruptos todos na cadeia.
E os últimos que denunciam um sistema de justiça, com dois pesos e várias medidas.
Subitamente surge ao fundo, a suposta perfeição dentro do seu carro eléctrico, respeitando as normas europeias. E sorrindo, acena com a cabeça, perante um grupo tão desconcertante!
Depois disse, alto e em bom som:
– Cheguei meu povo, cheguei!
– Estou a fazer a rentrée política do partido, como manda o calendário, a comunicação social e a nova ordem política!
– Não tenho nada de importante para dizer, por isso é que eu vim muito bem vestido!
– O dinheiro gasto nestes disparates, depende só de vós, meus caros, única e exclusivamente do vosso voto!
– Votem, votem em mim, vejam como sou perfeito a acenar, a olhar para a câmara e a valorizar o meu perfil!
Entretanto o povo dele, batia palmas, ao ritmo do hino do partido.
Cá atrás, como sempre, estava de pé, a verdadeira perfeição!
De mão dada com a neta, a perfeição ouvia atentamente.
-Avó o que é que aquele está a cantar? Não se percebe nada!
-Olha Inês, aquele canta, como o nosso galo preto, lá na quinta!
Afina a garganta logo de manhã, enquanto todos dormem, e ensaia a arte de bem dizer!
Palavras lindas, sonantes, mas vazias de conteúdo e de acção!
-Avó, mas isso é porque estão todos a dormir não é?
– Claro minha neta! Achas que se as pessoas estivessem acordadas, para a triste realidade do país e do mundo, estariam a bater palmas?
– Não avó!
Batiam com a bengala no chão, três vezes, como faz o avô, quando diz que ninguém quer trabalhar!
Deixemos a Inês a ouvir a música, e a avó as palavras ocas!
Agora Nós!
Por fim os únicos, que sabem pensar e avaliar e podem e devem decidir!
Pensar!
Nos ordenados dos licenciados cuja verba desceu 13%, e no ordenado mínimo que só desceu 0,2%.
Avaliar!
A dificuldade que os filhos têm em arranjar casa, e permanecem na casa da mãe e da avó.
Pensar!
Nos filhos que estão em Inglaterra, Irlanda, França, Suíça e Alemanha, já com filhos, e que não podem regressar.
Avaliar!
A dificuldade em rever os netos, uma vez que filhos/as, já se uniram a pessoas de outras nacionalidades.
Pensar!
No país, que se atreve a prometer bons ordenados, casas e empregos a estrangeiros qualificados.
Avaliar!
Que quem cá chega, são os estrangeiros sem formação específica!
Vêm engrossar a fatia dos subsídio dependentes, de forma significativa.
Em última análise. Nós, os únicos, depois de muito pensarmos, e avaliarmos poderemos concluir.
Concluir!
Que desta forma aleatória, arbitrária e sem regras a economia não pode crescer!
A carga fiscal sobre pessoas e bens é incomportável.
Os quadros superiores, emigram porque aqui não sobrevivem. E vão pôr a render os seus dons e excelente formação, em outras paragens.
O país aumenta o número de subsídio dependentes, mão de obra barata e humanamente explorada.
Finalmente!
Depois de muito pensar, avaliar e concluir.
Nós, todos nós, os portugueses Únicos, desde os últimos aos primeiros, resolvemos parar!
E perguntar!
Que país é este?
É este o nosso Portugal?
É este o Portugal com que nos queremos identificar???
Então os portugueses Únicos, acharam por bem decidir!
Decidir!
Que os seus queridos filhos/as, os seus netos/as francófonos, anglófonos, germanófonos, turcófonos e outros luso-descendentes, vão falar português, sentir orgulho na língua portuguesa e no seu legado familiar!
E vão pensar!
E vão avaliar!
E vão concluir!
E vão parar!
E vão decidir
E vão votar!
E vão ganhar Portugal!