Vivemos a correr sem tempo para nada.
Acordamos com pressa e deitamo-nos à pressa.
É assim a vida de todos, é assim que estruturamos a sociedade em que vivemos.
Todo o tempo que temos tem que ser útil, ruidoso e quando nos sobra tempo não sabemos o que fazer com ele.
Vivemos em stress. Quando paramos e se faz silêncio entramos em pânico.
Temos medo de ter tempo para pensar.
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Temos medo que nos caia o mundo em cima, o mundo interior, as questões adiadas, as verdades que não quisemos ver.
Esse é um confronto difícil.
Não nos queremos encontrar connosco.
Temos medo, medo do silêncio.
Do silêncio austero que é pura solidão.
Fruto da velocidade com que vivemos e que nos impede de viver de facto. Este abunda e corrói.
Vemos muita gente só entre a gente. No metro, nos cafés, nos empregos…
Este silêncio que dilacera nasce da constante ausência dos silêncios que são plenitude.
Que fazem falta para pensar nas grandes perguntas, aquelas que nunca vamos ter resposta mas através das quais viajamos até às nossas profundezas, ao essencial.
E é nessa viagem que descobrimos o sentido dos sentidos. Aprendemos a saber degustar a vida.
Crescemos.
Precisamos de resgatar a relação que sempre tivemos com o tempo.
O tempo do silêncio que nos deu tudo o que temos e que está em risco por falta de tempo.
Não sei é se vamos a tempo!
1 comentário
Damião, digo isto com toda a honestidade. Para mim, é a tua melhor crónica.