Editorial

QUERES QUE TE FAÇA UM DESENHO?
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Zita Leal

Zita Leal

Professora

(Aposentada)

          

Há muito tempo que ninguém me pergunta isto! Acharão que estou mais esperta? Pensarão que já não valerá a pena tentar esclarecer-me porque a “taralhouquice“ se vai instalando a passos mais que largos? Não sei.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Realmente aquelas histórias dos livros aos quadradinhos, aquelas em que os ladrões eram mesmo ladrões e não se mascaravam de polícias, as outras em que as riquezas roubadas aos ricos se guardavam nas cavernas do Ali Bábá e tantas mais… E as colecções de cromos com fotografias de jogadores de futebol que a garotada trocava nos recreios, às vezes com dentes partidos à mistura? Saudades de ser estupidamente crédula! Agora os cromos não são de papel colorido e brilhante nem se trocam: vendem-se a quem der mais dinheiro aos donos do futebol.

Intrigantes mesmo eram as conversas de pé de orelha, coscuvilhices de amigas a cortar na casaca de alguém impoluto e que eu quase sempre punha em dúvida.” Queres que te faça um desenho?” Eu sorria enraivecida, mais ou menos humilhada mas passados alguns minutos reagia qual inteligência pura sem precisar de rabiscos para nada. Pensavam que eu era burra? Qual quê? Espertinha que nem um alho…

Parafraseando Camões “ mudam-se os tempos, mudam-se as vontades “ e eis-me a pasmar em frente ao écran da televisão: roubadas armas por polícias e os ladrões de férias? Compra e venda de drogas nas próprias prisões de muros altos à defesa e os polícias de férias? As cavernas do Ali Bábá estão bem e recomendam-se em paraísos fiscais a branquear dinheiros e os senhores da banca de férias? Os matadores de mulheres, homens e crianças entram nos tribunais “ a passeio “ porque não foram encontradas provas suficientes dos crimes e os juízes de férias? Poupem-me!!!

E já agora um esclarecimento à população: Não percam tempo a fazerem-me desenhos que nunca serão suficientes.

Eu sou mesmo, mesmo BURRA!

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