Por estes dias segui atentamente num canal televisivo uma reportagem feita junto dos nossos emigrantes que me deixou preocupado!
Muitos foram os nossos compatriotas que estão descrentes da política e políticos portugueses. Um ou outro justificaram não ter interesse em voltar a Portugal porque os seus filhos e netos, entretanto nascidos, foram criados em culturas diferentes e ali têm garantidos os seus futuros e outras condições de vida mais dignas que alegam não terem no seu país.
Um deles recordou o episódio que culminou na decisão do Tribunal Constitucional mandar repetir as eleições legislativas nos círculos da Europa e Fora da Europa, por trapalhadas incompreensíveis e ilegais o que, naturalmente leva-nos a interrogar sobre a idoneidade de quem tinha por obrigação e dever cumprir algo de muito sério.
Mas… está bem, já nada nos estranha! Enquanto os políticos trocam acusações, o povo assiste impávido e com um sorriso, por ventura, enigmático…
E recorda o nosso emigrante que na altura, muitos deles foram obrigados a fazerem novamente centenas de quilómetros. Assim se desmobiliza, desincentiva a exercerem um acto de cidadania.
Pelos corredores do Poder, a sobranceria e incompetência fazem escola, fazendo-nos lembrar a velha máxima de Guerra Junqueira com que já em 1896 pensava dos seus compatriotas:
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“Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai”.